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Política

- Publicada em 10 de Outubro de 2017 às 17:48

Com críticas à Justiça, relator vota por arquivar 2ª denúncia contra Temer

Bonifácio fez fortes afirmou que Ministério Público causou desequilíbrio entre poderes

Bonifácio fez fortes afirmou que Ministério Público causou desequilíbrio entre poderes


ANTONIO CRUZ/ABR/JC
Recebido com festa pelos governistas, o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) apresentou na tarde desta terça-feira (10) relatório em que recomenda à Câmara barrar a tramitação da denúncia criminal contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
Recebido com festa pelos governistas, o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) apresentou na tarde desta terça-feira (10) relatório em que recomenda à Câmara barrar a tramitação da denúncia criminal contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
Bonifácio, que é ligado a Aécio Neves (PSDB-MG) e pertence à ala governista do partido, fez um texto de pouco mais de 30 páginas em que faz fortes críticas ao Ministério Público, à Polícia Federal e ao Judiciário. O documento está sendo apresentado na Comissão de Constituição e Justiça da Casa, primeiro passo da tramitação.
Logo ao desembarcar na Câmara, o tucano foi recebido por deputados aliados de Temer e pelo tucano Paulo Abi-Ackel (MG), autor do relatório favorável ao presidente durante a tramitação da primeira denúncia. "O senhor vai dar um show, vai honrar a política mineira", disse Abi-Ackel a Andrada na entrada da Câmara.
Essa é a segunda denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República contra Temer, que é acusado de chefiar uma quadrilha que desviou quase R$ 600 milhões de vários órgãos públicos, além de tentar obstruir as investigações. Na primeira, em que era acusado de corrupção passiva, a Câmara também barrou a tramitação, em agosto, por 263 votos a 227.
Pela Constituição, é preciso o voto de pelo menos 342 dos 513 deputados para que o Supremo Tribunal Federal seja autorizado a analisar o caso. Se isso não ocorrer, a denúncia é congelada até o fim do mandato de Temer, em dezembro do ano que vem.
No início a leitura do seu voto, Bonifácio não citou as acusações especificamente, mas fez fortes críticas ao Ministério Público, afirmando que ele "comanda" a Polícia Federal, "mancomunado com o Judiciário", causando um desequilíbrio entre os Poderes e se tornando em um "novo poder".
Para o tucano, o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal têm tido um poder exacerbado, eivado de abusos, em detrimento do Legislativo e do Executivo. "Basta verificar que nesses autos a Presidência da República não é tratada com a devida reverência", disse Bonifácio em seu relatório, que afirma que o Ministério Público tenta criminalizar a política. Ele também criticou juízes por autorizar buscas e prisões sem embasamento.
Ao se referir à acusação em si, o tucano diz que o ex-chefe do Ministério Público, Rodrigo Janot, tentou descrever Temer como o "capo (chefe da máfia), o dirigente da Cosa Nostra, da Camorra (organizações criminosas italianas)".
Após o tucano ler integralmente seu voto, os advogados de Temer, Padilha e Moreira se pronunciam. Já houve pedido de vista do parecer, o que empurrará a votação na CCJ para a semana que vem. O governo espera repetir placar similar ao da primeira denúncia, quando um relatório pró-Temer foi aprovado por 41 votos a 24 na comissão. A votação em plenário deve ocorrer na semana do dia 25.
Assim como na primeira denúncia, Temer tem recebido uma romaria de deputados no Palácio do Planalto com o objetivo de angariar votos contra a acusação. As moedas de troca usadas nesses casos são a liberação de verbas para obras apadrinhadas pelos parlamentares, nomeação de aliados em cargos federais e atendimento de outras demandas na máquina pública federal.
Entre os apoiadores do presidente presentes à sessão da CCJ está o deputado Paulo Maluf (PP-SP), cuja condenação por lavagem de dinheiro foi confirmada nesta terça pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. O deputado afirmou que a Câmara tem que apoiar o Palácio do Planalto independentemente do que "aponta o Ibope ou o Datafolha", cujas últimas pesquisas apontam reprovação popular recorde de Temer.
Folhapress
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