Para barrar denúncia, Temer recebe 39 deputados

Na estratégia para tentar barrar a segunda denúncia por obstrução da Justiça e organização criminosa na Câmara dos Deputados, o presidente Michel Temer (PMDB) abriu o Palácio do Planalto ontem para receber 40 parlamentares, de acordo com a agenda oficial divulgada por volta das 19h.

Houve também deputados que constavam na agenda, mas disseram que não iriam ao Planalto, como a tucana Shéridan (RR) e Nilson Leitão (PSDB-MT). Em 12 horas, o presidente recebeu, de acordo com agenda oficial, 39 deputados e um senador.

Logo cedo, diante das críticas à agenda "inflada", Temer usou as redes sociais para justificar a série de reuniões e rebateu a denúncia apresentada pelo ex-procurador-geral da República (PGR) Rodrigo Janot. O presidente disse que o "diálogo é fundamental para a harmonia entres os Poderes" e afirmou que iria "conversar com representantes de todos os partidos da base, de todas as regiões do Brasil", acrescentando que esta "é uma rotina" que sempre manteve.

Sobre a acusação formal da qual é alvo, criticou a denúncia. "Precisamos lidar com mais uma denúncia inepta e sem sentido, proposta por uma associação criminosa que quis parar o País. O Brasil não será pautado pela irresponsabilidade e falta de compromisso de alguém que se perdeu pelas próprias ambições", escreveu Temer.

Apesar do número oficial, auxiliares do presidente diziam que estava difícil fazer a contagem das audiências - muitos parlamentares estavam nem "entra e sai" do gabinete. Em algumas agendas, deputados que estavam com Temer foram ao Congresso e voltaram.

Dos parlamentares que estiveram no Planalto, 12 integram a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara - o colegiado vai votar parecer sobre a denúncia contra Temer.

Além dos encontros com Temer, pelo menos outros 10 deputados estiveram no Planalto para conversar com ministros e auxiliares do presidente também para apresentar demandas, como foi o caso dos deputados Paes Landin (PTB-PI) e Walter Ihoshi (PSD-SP).