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operação lava jato

- Publicada em 02 de Outubro de 2017 às 16:23

Doações do Instituto Lula saltaram de R$ 4 milhões para R$ 15 milhões em 3 anos

Documento da Receita Federal mostra que, no primeiro ano de funcionamento do Instituto Lula, em 2011, apenas empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Petrobras compuseram o grupo de grandes doadores - com repasses de mais de R$ 1 milhão. Juntas, Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão deram R$ 3,7 milhões para o instituto - a maior parte dos R$ 4 milhões de receita da entidade naquele ano. Com exceção da Queiroz Galvão, as outras confessaram ilícitos em acordos de leniência com a Operação Lava Jato.
Documento da Receita Federal mostra que, no primeiro ano de funcionamento do Instituto Lula, em 2011, apenas empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Petrobras compuseram o grupo de grandes doadores - com repasses de mais de R$ 1 milhão. Juntas, Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão deram R$ 3,7 milhões para o instituto - a maior parte dos R$ 4 milhões de receita da entidade naquele ano. Com exceção da Queiroz Galvão, as outras confessaram ilícitos em acordos de leniência com a Operação Lava Jato.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi condenado, em junho, pelo juiz federal Sérgio Moro, a 9 anos e 6 meses de prisão por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá (SP), que supostamente ocultava propinas da OAS. Em outro processo, em fase final, ele é réu por receber da Odebrecht um terreno para o Instituto Lula - negócio que acabou sendo desfeito - e um apartamento vizinho ao seu no Edifício Hill House, em São Bernardo do Campo (SP). São "presentes" que ocultariam R$ 12,4 milhões em propinas. Lula nega irregularidades.
Réu ainda no processo do sítio de Atibaia (SP), em Curitiba, Lula é amplamente investigado na Lava Jato - há frentes na capital paranaense, em São Paulo e Brasília. Uma delas apura as doações para o Instituto Lula e os pagamentos de palestras via Lils Palestras e Eventos, aberta por ele em 2011, após deixar a presidência.
Três anos após o início do funcionamento do Instituto Lula, as doações à entidade cresceram para R$ 14,9 milhões. Somados os quatro anos, foram R$ 34,9 milhões recebidos em doações e subvenções e/ou contribuições de associados.
Além de bancos, outras empresas passaram a doar para o Instituto Lula entre 2013 e 2014, como o Grupo J&F, dos irmão Joesley e Wesley Batista. Os auditores da Receita no Paraná fizeram ainda uma análise dos principais doadores, que juntos repassaram R$ 26 milhões. A pesquisa foi produzida com base nas quebras de sigilos decretadas por Moro, em 2015, que tinham como alvo Lula.
 

Juiz Sérgio Moro avalia que trabalho da operação está chegando no fim

O juiz Sérgio Moro afirmou, ontem, que o trabalho da Operação Lava Jato em Curitiba se aproxima do fim, mas que "o movimento anticorrupção" no Brasil tomou outras formas e seguirá por outros caminhos.
"Em Curitiba, há os contratos da Petrobras e das pessoas que se beneficiaram deles. Elas já foram processadas, e acredito que está indo para a fase final. Mas o rótulo de Lava Jato existe, faz parte do movimento anticorrupção", afirmou o magistrado, que conduz os processos da operação na capital paranaense. Moro esteve em São Paulo para receber uma homenagem da Universidade Notre Dame, dos EUA, com um título da instituição que já foi dado à Madre Teresa de Calcutá.
O prêmio foi entregue em um almoço no hotel Fasano. O juiz fez o mesmo discurso duas vezes - em inglês e depois em português. Ele não especificou a data em que a força-tarefa será completada no Paraná. "Boa parte do trabalho foi feita, mas isso não significa que não tem trabalho."
Ele negou a possibilidade de que os processos sejam enviados a um outro juiz: "Estou cansado, foi um trabalho duro, mas não há previsão concreta de tirar (o processo da) vara".
A ditadura militar foi "um grande erro", disse Moro na solenidade. A democratização, de acordo com o magistrado, trouxe novos problemas. "Houve abuso do poder público para benefício privado, e a democracia exige a regra da imposição da lei."
Os brasileiros, segundo o juiz, perceberam os efeitos perniciosos da corrupção durante o escândalo do mensalão, mas o movimento para combatê-la se fortaleceu. Para ele, acabou no País a era dos "barões ladrões" (referência ao final do século XIX, nos EUA, quando grandes empresários se aproveitaram do Estado para enriquecer).
Moro não respondeu se a aceitação ou não da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) na Câmara dos Deputados poderia pôr essa tese em risco. "Não dei declarações durante o impeachment da (ex-)presidente Dilma (Rousseff, PT), não vou me colocar desta vez", justificou-se.
Denunciado sob acusação de obstrução da Justiça, Temer faz articulações com deputados para tentar barrar a investigação.