Tinha um tempo em que íamos a jantares dançantes comemorar o Dia dos(as) Professores(as) - 15 de Outubro. Às vezes, organizado pela Secretaria da Educação, outras pela associação ou sindicato da categoria, sempre oportunidade de encontrar colegas aposentados, rever histórias, apresentar famílias, celebrar conquistas.
Nas escolas, uma flor, um papel de carta decorado, um bombom, um mimo, um cartão ou mesmo um desenho - entregues de forma desajeitada - acarinhavam as professoras e os professores, tantas vezes estressados(as) pela intensidade exigente do cotidiano.
Aparentemente melosas ou demodês, tão queridas e encantadoras manifestações são exemplares da amorosidade que, de alguma maneira, compõe o processo educacional. Sentiremos a falta delas neste outubro! Estão em greve os(as) professores(as) tanto do Estado quanto do Município. Interromperam as aulas com tristeza, tamanho o ataque à sua dignidade pelo parcelamento e redução salariais e pelas iniciativas de seus governos de desmonte das carreiras e dos regimes de trabalho.
Está em risco o ano letivo, o direito à educação de tantas crianças e adolescentes, os destinos coletivos que as políticas públicas oportunizam! Está ameaçada a autonomia pedagógica pelas leis da mordaça, a aposentadoria e os direitos trabalhistas, atingindo todos os trabalhadores e trabalhadoras. Que dizer de governantes que naturalizam um caos como esse?
Vereadora (PT) de Porto Alegre