Cuba anunciou, no sábado, novas medidas migratórias para fortalecer os vínculos com os cerca de 800 mil cubanos expatriados, ante o que qualifica como obstáculos injustos criados pela expulsão de funcionários consulares após as acusações dos Estados Unidos de que seus diplomatas sofreram misteriosos ataque sônicos na ilha.
O ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, anunciou que a partir de 1 de janeiro será eliminado o requisito de habilitar o passaporte cubano para viajar à ilha, será autorizada a entrada e a saída de cubanos expatriados através de duas marinas turísticas, será permitida a entrada no país de cubanos que saíram ilegalmente, exceto aqueles que partiram da base naval norte-americana de Guantánamo, e acabará a exigência de que se apresentem em pessoa em registros civis cubanos os filhos nascidos no exterior de cubanos expatriados.
"O governo dos Estados Unidos se fecha, e Cuba se abre", disse Rodríguez ante 129 cubanos residentes em 17 estados norte-americanos, presentes no quarto encontro de cubanos residentes nos EUA. As autoridades cubanas já haviam relaxado sua política imigratória em 2013, quando anularam a exigência para os moradores da ilha de solicitar uma permissão de saída para viajar ao exterior.
Rodríguez disse que os estados Unidos prejudicam o direito das famílias cubanas de visitar parentes residentes nos EUA, ao suspender os vistos e reduzir seu pessoal diplomático em Havana. Segundo ele, a nova exigência de que os cubanos devam ir até o consulado norte-americano na Colômbia para pedir vistos com entrevistas pessoais representa um obstáculo impossível em muitos casos. "É inaceitável e imoral que o governo estadunidense tenha decidido apoiar decisões de natureza política que prejudicam o povo cubano", disse.