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Internacional

- Publicada em 21 de Outubro de 2017 às 14:09

Eleição legislativa deverá projetar corrida presidencial na Argentina

Os argentinos vão às urnas neste domingo (22) para eleger um terço dos membros do Senado (24 vagas) e pouco menos da metade da Câmara dos Deputados (127 vagas).
Os argentinos vão às urnas neste domingo (22) para eleger um terço dos membros do Senado (24 vagas) e pouco menos da metade da Câmara dos Deputados (127 vagas).
As eleições de meio de mandato presidencial na Argentina costumam servir, também, de termômetro da avaliação sobre o governo, além de oferecer projeções para a corrida à Casa Rosada -a próxima será em 2019.
Se o resultado das primárias de agosto se repetir, teremos um presidente Mauricio Macri fortalecido, com sua força política, a Mudemos (centro-direita), ocupando mais cadeiras no Congresso.
Por outro lado, a oposição peronista deverá sair fragmentada em várias siglas e com várias lideranças menores e a ex-presidente Cristina Kirchner, sair eleita senadora, em possível preâmbulo para disputar o cargo que ocupou entre 2007 e 2015.
A Argentina deste outubro, porém, não é a mesma de agosto, e algumas tendências apontadas pelas primárias podem mudar. A seu favor, Macri tem uma economia que começou, nas últimas semanas, a sair da recessão.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) aumentou para 2,4% a projeção de crescimento do PIB para 2017, a indústria e a construção civil começam a reaquecer e a pobreza caiu quatro pontos percentuais em relação a 2016. Do lado político, o presidente se beneficia da rejeição do eleitorado a Cristina, de 40%.
Contra ele está a inflação que, embora tenha caído de 40% no ano passado para 23% até setembro, voltou a subir neste mês. Também há a perspectiva da retirada de mais subsídios às tarifas públicas e de uma reforma trabalhista que pode levar assalariados a perderem direitos.
A imagem do governo também se desgastou com o caso do artesão e ativista político Santiago Maldonado, que desapareceu após confronto entre índios mapuche e a Gendarmeria (polícia federal de fronteiras) durante um protesto em 1º de agosto.
Testemunhas dizem que ele foi retirado do local com vida pelos gendarmes, motivo pelo qual a oposição acusa os agentes de terem matado e ocultado o corpo do ativista.
Não se soube nada sobre o paradeiro do artesão por mais de dois meses. Nesta semana, porém, foi encontrado um cadáver com suas características. Seu irmão, Sergio, disse na sexta-feira (20) se tratar de Santiago, mas a identidade ainda não foi confirmada por exames de DNA.
Já para Cristina Kirchner, que venceu as primárias para o Senado na província de Buenos Aires, jogam a favor o discurso do "ajuste", promovido pelo governo com a retirada de subsídios, e a perspectiva de precarização dos contratos de trabalho.
Nas pesquisas, a ex-presidente aparece perdendo para Esteban Bullrich, ex-ministro de Macri, com quatro pontos percentuais de diferença -embora os resultados dos estudos não venham se confirmando nos últimos anos.
Nessa situação, tanto Bullrich quanto Cristina seriam eleitos -são duas vagas em disputa. Eles devem se beneficiar da desidratação das candidaturas de dois peronistas: o ex-ministro e ex-presidenciável Sergio Massa, que teve 15,3% nas primárias, e o ex-ministro Florencio Randazzo, com 5,9% dos votos.
Contra a ex-presidente pesam, porém, os processos que enfrenta por enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro usando seus hotéis na Patagônia e obstrução da Justiça na investigação o ataque à Amia (Associação Mutual Israelense Argentina), que deixou 85 mortos em 1994.
Para o analista político Sergio Berensztein, a entrada de Cristina levará a um redesenho do peronismo. "Se ela entrar em primeiro lugar, terá mais capital político para reunificar o peronismo, mas, se entrar em segundo, pode-se acentuar a fragmentação, dando lugar a novos líderes."
É por isso que estão de olho no desempenho da ex-presidente peronistas que se opõem a ela, como Massa e o governador de Salta, Juan Manuel Urtubey. Ambos sonham em ser o candidato à Presidência de um peronismo unificado em 2019.
Do lado governista, um bom desempenho da Mudemos deve reforçar a ideia de que Macri concorra à reeleição. Hoje, ele conta com a aprovação de cerca de 50%.
Folhapress
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