Obras em 2018 devem levar EGR ao prédio da Lanceiros Negros

Reintegrado ao patrimônio do Estado desde junho, o prédio onde esteve originalmente instalada a ocupação Lanceiros Negros, em Porto Alegre, ainda vai demorar para cumprir uma nova função. No mês passado, o governo gaúcho assinou um termo de cessão de uso com a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), que transferirá toda a sua operação para o edifício, localizado na esquina das ruas Andrade Neves e General Câmara, no Centro da Capital. O arranjo, porém, está em estágio inicial, e as obras necessárias para a mudança só devem ter início no decorrer do ano que vem.

De acordo com a assessoria de imprensa da EGR, foi assinado contrato com a empresa Fractal Arquitetura, que deve preparar um anteprojeto para a legalização do imóvel junto à prefeitura de Porto Alegre e órgãos de patrimônio. Embora não seja tombado como patrimônio histórico, o edifício está inventariado junto ao município, sendo necessária a obtenção de licenças para sua utilização. A expectativa da EGR é que as questões legais estejam resolvidas até o fim do ano.

Somente após cumprida essa etapa, terão início a elaboração do projeto de reforma e, posteriormente, as intervenções na estrutura. De acordo com a EGR, o edifício está passando atualmente por ações de limpeza, sem previsão de qualquer reparo no futuro próximo. Não há estimativa oficial de valor a ser investido nas obras. No momento, a EGR atua em um andar alugado de um prédio do Centro Histórico e conta com 85 funcionários.

A reintegração de posse foi realizada no dia 14 de junho deste ano, em ação conduzida pelo Batalhão de Choque da Brigada Militar. No momento da ação, cerca de 70 famílias residiam na ocupação Lanceiros Negros, que esteve no prédio durante cerca de um ano e meio. Inicialmente, o governo gaúcho informava que o imóvel seria utilizado para parte das instalações da Defesa Civil e da Casa Civil. Uma segunda ocupação, batizada Lanceiros Negros Vivem e com parte das famílias que se instalaram no espaço original, entrou em julho no Hotel Açores, também localizado na região Central da Capital. Após muita negociação, o edifício foi desocupado de forma pacífica, no final de agosto.