Cerca de 1,5 mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam na manhã desta terça-feira (17) o pátio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre. A mobilização ocorre em protesto à proposta de orçamento de 2018 do governo federal e faz parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária.
A proposta de orçamento foi enviada pelo presidente Michel Temer (PMDB) ao Congresso Nacional no último mês de agosto, e a votação deve ocorrer em dezembro. De acordo com o MST, a medida reduz os recursos para áreas destinadas às famílias acampadas e assentadas.
Em relação a 2017, a proposta para a obtenção de terras sofreu um corte de 86,7%, passando de R$ 257,023 milhões para R$ 34,291 milhões. No mesmo período, os recursos para assistência técnica aos assentados caem de R$ 85,403 milhões para R$ 12,636 milhões (85,2%). O Orçamento passa ainda de R$ 318,627 milhões para R$ 750 mil (corte de 99,8%) para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), de R$ 242,524 milhões para R$ 75,349 milhões (corte de 69%) para o desenvolvimento dos assentamentos, e de R$ 14,800 milhões para R$ 2,053 milhões (corte de 86,1%) para promoção da educação no campo.
Atualmente, 70 mil famílias reivindicam acesso à moradia em assentamentos no Brasil. Somente no Rio Grande do Sul, a demanda para a construção de casas em áreas da Reforma Agrária é de 1 mil unidades e para a reforma é de 3,6 mil unidades, de acordo com o MST.
Em Brasília, outro protesto dos trabalhadores ocorre no prédio do Ministério do Planejamento. Eles pedem para ser recebidos pelo ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira. O local foi cercado por PMs em apoio a equipes da Polícia Federal, responsável pela segurança nos prédios do governo.