Escrivães, inspetores e investigadores da Polícia Civil paralisaram as atividades no Rio Grande do Sul nesta segunda-feira (9) e devem manter o movimento até dia 17. A greve é uma reação ao parcelamento dos salários. Em outubro, o governo adotou pagamento primeiro de quem recebe até R$ 2,5 ml. Acima disso, o pagamento deve começar a ocorrer nesta quarta-feira (11) e concluído até dia 17, por isso o encerramento da paralisação neste dia.
No primeiro dia da mobilização, um piquete foi montado em frente ao Palácio da Polícia, próximo ao Centro de Porto Alegre. "Pretendemos ficar aqui até que a gente receba o que é nosso de direito", afirma o presidente da Ugeirm Sindicato, Isaac Ortiz.
Enquanto os policiais mantinham o piquete, uma passeata dos professores estaduais também em greve passou em frente. A categoria, parada desde 5 de setembro também devido ao parcelamento, vinha pela avenida Ipiranga, depois de sair da frente do Colégio Júlio de Castilhos, na avenida João Pessoa.
Professores estaduais em greve passaram pelo Palácio da Polícia. Foto: Fredy Vieira/JC
O parcelamento dos salários vem ocorrendo há 22 meses. A paralisação foi decretada durante assembleia no Palácio da Polícia, na última quinta-feira (5). De acordo com o presidente da Ugeirm Sindicato, 30% do efetivo estarão trabalhando para atender os serviços nas delegacias. "Estamos recebendo parcelado há um ano e dez meses e no mês de setembro não recebemos nada. A adesão da greve está ganhando força em todo o Estado", garante Ortiz.
Casos envolvendo mulheres, crianças e idosos, além de latrocínio e homicídio continuam sendo atendidos. Para Ortiz, a greve é seletiva. "A lei que garante que o salário de um governador seja pago, garante o mesmo para os servidores. O governador José Ivo Sartori (PMDB) é que decide se vai cumprir ou não com a lei", ressalta.
Além do parcelamento, outra motivação da paralisação é a falta de segurança e estrutura nas delegacias e serviços da Polícia Civil. "Temos presídios superlotados, enquanto existe uma unidade prisional novinha em Canoas e subutilizada. São muitas contradições. Muitas vezes temos de soltar um preso perigoso porque não temos onde deixá-lo", lamenta o dirigente.