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Educação

- Publicada em 02 de Outubro de 2017 às 22:35

Alunos podem perder ano letivo, alerta Secretaria Estadual de Educação

Com parcelamento salarial, professores e funcionários de escolas estão parados desde 5 de setembro

Com parcelamento salarial, professores e funcionários de escolas estão parados desde 5 de setembro


DANI BARCELLOS/DIVULGAÇÃO/JC
Em reunião ontem com as Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), o secretário estadual da área, Ronald Krummenauer, alertou para o risco de perda do ano letivo por parte dos alunos devido à greve dos professores do Estado. Segundo levantamento da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), 30% das instituições de ensino foram fechadas parcial ou totalmente desde o começo da paralisação, em 5 de setembro. Já o Cpers/Sindicato calcula que 60% a 70% dos servidores tenham aderido à greve.
Em reunião ontem com as Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), o secretário estadual da área, Ronald Krummenauer, alertou para o risco de perda do ano letivo por parte dos alunos devido à greve dos professores do Estado. Segundo levantamento da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), 30% das instituições de ensino foram fechadas parcial ou totalmente desde o começo da paralisação, em 5 de setembro. Já o Cpers/Sindicato calcula que 60% a 70% dos servidores tenham aderido à greve.
Conforme o secretário, caso a paralisação terminasse agora, já seria inevitável entrar em janeiro ainda com aulas, mesmo usando os sábados e o período entre Natal e Ano-Novo como dias letivos. A Seduc espera que a greve seja encerrada, pois 47% dos servidores de educação, que têm vencimentos de até R$ 1.750,00, receberam seus salários na sexta-feira. O Cpers nega o percentual, e estima que apenas 25% dos docentes e funcionários obtiveram seus pagamentos. Está previsto para o dia 11 de outubro o pagamento do quadro funcional com vencimentos de até R$ 4 mil.
A vice-presidente do Cpers, Solange Carvalho, confirma que é possível que os estudantes da rede estadual afetados pela greve percam, sim, o ano letivo. "Se acontecer, a responsabilidade será toda da Seduc. Tivemos diversas reuniões, mas nenhuma de negociação até agora", destaca. De acordo com a professora, a gestão estadual não se preocupou com essa possibilidade nos 22 meses em que pagou os salários parcelados. "Agora, o governador quer jogar a população, que nos apoia, contra nós. Não somos os vilões, somos as vítimas."
Krummenauer pediu apoio das CREs para que façam acompanhamento nas escolas, para que os prédios fiquem abertos a professores que desejem lecionar e estudantes que queiram ir às aulas. "As coordenadorias foram orientadas a ir às escolas solicitar que as aulas retornem à sua normalidade. Precisamos salvar o ano letivo de 2017", pontua. 
Solange, no entanto, revela que não é preciso incentivar os servidores a participar da greve. "Temos colegas sendo despejados de suas casas, perdendo residências financiadas por falta de pagamento, indo morar com parentes. Eu mesma, depois de 20 anos de trabalho, tenho um salário de R$ 1,5 mil, que cai para R$ 1,1 mil, devido a um empréstimo que fiz. Se eu não tivesse o apoio da minha família, não teria como sobreviver", observa.
A vice-presidente do Cpers ressalta o cansaço que é participar de uma paralisação, e que todos os servidores querem a solução da questão, mas que, "quando a barriga está vazia, a categoria passa a refletir mais sobre a necessidade de seu engajamento nas greves".

Para o Cpers/Sindicato, mudança no modelo de pagamento de salários gerou confusão

Na semana passada, o secretário estadual de Educação, Ronald Krummenauer, entregou uma carta ao Cpers/Sindicato, na qual pede a volta às aulas e afirma que parte das reivindicações da entidade foram atendidas, como a priorização de pagamento do salário para os que ganham menos e a indenização pelo parcelamento dos vencimentos com correção pela poupança, retroativa a julho de 2015, e pelo pagamento do 13º salário de 2016. "O governo reconhece que essas questões precisam ser corrigidas", admite Krummenauer.
Solange Carvalho, vice-presidente do Cpers, critica o governo por não ter explicado como funcionaria o novo modelo de pagamento dos salários, o que gerou confusão. "Pessoas que ganham R$ 1,8 mil achavam que receberiam quase todo o montante, mas não receberam nada", relata. Para o Cpers, a modalidade estabelecida pelo Estado é a formalização do atraso nos vencimentos.