A 21ª edição do evento se encerrou no dia 6 de outubro

Marcas gaúchas apostam no Minas Trend para impulsionar negócios e fechar parcerias


A 21ª edição do evento se encerrou no dia 6 de outubro

O Minas Trend, um dos maiores salões de negócios de moda da América Latina, promovido em Belo Horizonte e que acaba de completar 10 anos, vai muito além de desfiles e transações financeiras. O evento é palco de encontros e networking. Marcas do Rio Grande do Sul apostam na semana fashion mineira justamente para entrar em sintonia com as tendências de moda e se aproximar de parcerias.
O Minas Trend, um dos maiores salões de negócios de moda da América Latina, promovido em Belo Horizonte e que acaba de completar 10 anos, vai muito além de desfiles e transações financeiras. O evento é palco de encontros e networking. Marcas do Rio Grande do Sul apostam na semana fashion mineira justamente para entrar em sintonia com as tendências de moda e se aproximar de parcerias.
Juliana Sanmartin, advogada por formação e, há seis anos, proprietária da marca de couro e peles exóticas que leva seu nome, localizada em Porto Alegre, destaca a sua experiência no evento, cuja 21ª edição se encerrou no dia 6 de outubro. "Um belo dia resolvi mudar. Fiz minha marca e sempre pensei grande", explica a empresária, que participa há seis anos do Minas Trend. "Fiz uma coleção e fui participar", afirma.
Na feira, Juliana conheceu Margarete Vilas Boas, proprietária da grife de calçados e bolsas Margot, de São Paulo. "Ela me convidou para ir para a capital paulista em uma feira. Montei uma pequena arara junto do espaço dela e lá vendi muito, para lojistas de todo o Brasil. A partir dali, comecei a me organizar e a crescer", conta Juliana, que mantém os laços de amizade com Margot até hoje. As duas trocam figurinhas e indicam clientes uma para a outra.
A experiência de Margarete foi fundamental para encorajar ainda mais Juliana. Margot, que tem a grife há 28 anos, já trabalhou para marcas como Maria Bonita e Arezzo, sempre no atacado. "Tenho cerca de 200 clientes em todo o Brasil", afirma a empresária. "Tento entrar na tendência, sempre adaptando ao gosto do cliente", ensina. Para ela, o segredo para estar há tantos anos em um mercado competitivo como o de calçados e bolsas é ser parceira dos seus clientes.
Juliana, que começou em um espaço modesto, se mudou três vezes, buscando adaptar o local de trabalho ao crescimento do negócio. Hoje, ocupa um escritório de 600 metros quadrados no bairro Moinhos de Vento. "O importante é nunca dar o passo maior do que as pernas. Meu crescimento foi sólido", afirma.
Com produção entre 10 mil e 15 mil peças por ano, a empresária pretende começar a exportar em 2018. "Provavelmente para a Europa", adianta. Juliana tem mais de 30 funcionários e está presente em cerca de 80 pontos de venda no Brasil.
Um dos segredos da consolidação está em buscar manter a sintonia com as principais tendências de moda, por isso o trânsito por semanas fashion ganha significado para a marca. As apostas para o próximo inverno são peças com inspiração na África, em tons terrosos e com texturas.
ANA FRITSCH/ESPECIAL/JC

De Igrejinha ao mundo

A Vicenza, de Igrejinha, está há 25 anos no mercado, e há seis com marca própria. Rafaela Furlanetto, 30, filha do fundador, Ariovaldo Furlanetto, começou na fábrica aos 16. Atualmente, ela é diretora de estilo, além de proprietária. Há 10 edições no Minas Trend, a marca também participa de outras feiras no Brasil, como a Couromoda e a Francal, além de mostras no exterior, especialmente em Milão, na Itália, e em Las Vegas, nos Estados Unidos.
"O Minas Trend é muito importante, porque os nossos principais clientes participam e é onde apresentamos nosso preview. É a nossa melhor feira, cerca de 30% da nossa coleção é comercializada no evento", afirma Rafaela.
O pai é quem desenha os calçados. "Ele criou a marca porque queria um calçado bem construído, com cara de sapato italiano, sofisticado e com valor percebido", explica ela.
Com produção de mil pares por dia, a Vicenza exporta 35% dos seus produtos para os Estados Unidos, a Europa, o Oriente Médio e a Rússia.
Entre as vantagens do Minas Trend, a executiva ressalta a localização geográfica de Belo Horizonte, que facilita a ida de compradores de todo o País. Sobre os planos da indústria, a empresária ressalta a expectativa de crescimento no volume de pontos de venda e no fornecimento para multimarcas. A internet também está no alvo da expansão: a loja virtual representa 12% da produção.
Para o inverno 2018, a Vicenza aposta em sandálias com nomes próprios, botas e ankle boots.
"Estamos trabalhando com cinco linhas: lurex, veludo, lantejoula, verniz e calçados tratorados. A personalidade dos nossos produtos é o que nos diferencia", afirma a executiva.
O negócio tem 500 pontos de venda no Brasil e em mais 22 países.
 

30% da venda está na feira

A gaúcha Cris Capoani está presente em todas as edições do Minas Trend desde que fundou a grife, de mesmo nome, há sete anos. Focada em calçados, bolsas e vestuário em couro e em tecido plano, a marca soma 60 pontos de venda em 17 estados brasileiros, além de ter um showroom em Porto Alegre e outro em São Paulo.
"Desde a última coleção, estamos apostando também em tecido plano e na mistura com peles, para não perder o DNA da marca", afirma.
Segundo Cris, a grife evoluiu para uma brand. "Uma marca que vende tudo o que for da moda. Quero sempre fazer mais coisas", explica a empresária, que começou apenas com calçados e bolsas e, depois de algumas coleções, evoluiu para roupas de couro. O Minas Trend, conforme a empresária, é responsável por 30% das suas vendas.
A aposta de Cris Capoani para o inverno 2018 são peles coloridas, pérolas, laços, babados, plumas e peles. "A coleção está muito romântica", diz.
A grife apresentou 150 peças de roupas e 50 modelos de calçados durante a feira mineira.
 

Missão empresarial do Sindilojas levou 25 lojistas do RS

O Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas) esteve presente no Minas Trend em sua segunda missão empresarial para a cidade mineira, levando 25 lojistas da capital gaúcha. Conforme o presidente da entidade, Paulo Kruse, o grupo gostou da experiência, principalmente pelo contato com fornecedores.
"Os lojistas ressaltaram a realização de compras, o conhecimento e a troca de informações entre os empresários. Avaliaram positivamente a feira e acharam ótima a missão do Sindilojas", explica Kruse. Ele ressalta que a missão foi importante para que os participantes conhecessem novos fornecedores. Conforme Kruse, o grupo também sugeriu missões para outros dois importantes polos de confecção no Brasil, em Cianorte, no Paraná, e em Caruaru, Pernambuco.
O tom da conversa com os empresários gaúchos refletiu o clima de otimismo que marcou o balanço oficial feito pelos organizadores do Minas Trend ao final do evento. O ambiente positivo tomou conta dos corredores do Expominas, traduzindo o ânimo renovado dos fabricantes de moda e acessórios e dos compradores.
Alguns números positivos, como a reação do varejo e o aumento da oferta de empregos, apesar de ainda não serem os ideais, aumentaram o índice de confiança dos compradores, que, apesar de cautelosos, promoveram a realização de bons negócios e prospecções futuras. Os organizadores não divulgam os números finais, mas se estima que os participantes consigam vender cerca de 60% de sua produção anual a partir dos encontros que mantêm nos dias da semana de negócios. O evento recebeu 220 expositores e contou com a participação de 7 mil visitantes, incluindo mais de 3 mil compradores.