Veja o que outras pessoas estão inventando para o mercado infanto-juvenil

Empreendedora de Porto Alegre cria régua para medir o crescimento das crianças


Veja o que outras pessoas estão inventando para o mercado infanto-juvenil

O produto lançado pela arquiteta Renata Mendes, 33 anos, de Porto Alegre, substitui o hábito de marcar o crescimento das crianças nos marcos das portas. A Minha Régua de Madeira leva a inscrição do nome, data de nascimento, peso e altura dos pequenos. Serve, ainda, como peça decorativa. Uma barbearia da Capital, inclusive, já adquiriu o item para essa finalidade. 
O produto lançado pela arquiteta Renata Mendes, 33 anos, de Porto Alegre, substitui o hábito de marcar o crescimento das crianças nos marcos das portas. A Minha Régua de Madeira leva a inscrição do nome, data de nascimento, peso e altura dos pequenos. Serve, ainda, como peça decorativa. Uma barbearia da Capital, inclusive, já adquiriu o item para essa finalidade. 
A ideia surgiu em 2014 quando Renata e o marido, o designer Sandré Sarreta, 40, receberam a notícia de que teriam um filho. Em 14 de outubro daquele ano nasceu Mateus. E foi para acompanhar o progresso dele que a novidade foi desenvolvida.
A intenção inicial era comprar o artigo. Da busca insatisfatória por um modelo personalizado, veio à tona a versão empreendedora da dupla. Diferentemente dos artigos que encontraram no mercado, Renata queria que fosse de madeira. Como só havia de plástico, entrou em contato com um marceneiro para realizar o trabalho que tinha em mente.
Com o projeto em mãos, ela pôde incluir outras características que hoje diferenciam seu produto. A customização e o design foram feitos por Sandré.
"Por mais simples que pareça, tem que desenvolver a diagramação, escolher a fonte", pontua ele. O casal conta que a peça sempre chamou a atenção de quem visitava a família. "Todo mundo que vinha aqui em casa adorava", lembra Renata. Foi o primeiro estalo para que eles começassem a planejar processos que possibilitassem a comercialização. Em junho desse ano, venderam a primeira unidade.
O contato para compra pode ser realizado pelo Facebook da marca, pelo Instagram (@minhareguademadeira) ou por WhatsApp (51) 99946-0631. O preço a prazo é de R$ 249,00 e à vista sai por R$ 236,00.
Segundo a empreendedora, a curiosidade ainda é maior que a efetivação da compra. Mas nos próximos meses essa estatística deve mudar, acredita.
"Tem um monte de grávida que quer, mas precisa esperar a criança nascer para colocar os dados, né?", diverte-se Renata.
Com a régua para medir os pequenos em crescimento, os clientes recebem um kit de instruções para instalação e uma canetinha. O casal explica que, embora seja de fácil manuseio e fixação, alguns pontos precisam ser seguidos. Por isso, a partir de suas avaliações e dos feedbacks recebidos, criaram essa espécie de manual.
MARCELO G. RIBEIRO/JC

Brinquedos de aprender

A designer Sara Ropke, 28 anos, não imaginava empreender tão cedo na vida. Aliás, para falar a verdade, sequer imaginara empreender um dia. Foi a partir da afilhada, Sofia, de 4 anos, que a possibilidade a encontrou.
Sofia é autista não-verbal, ou seja, tem dificuldades de se comunicar usando a fala. Parte do tratamento de crianças autistas com esta característica é desenvolver a comunicação com pequenas plaquinhas, conhecidas internacionalmente como Pecs (The Picture Exchange Communication System). Em tradução livre: sistema de comunicação por troca de figuras.
Por influência e ideia da irmã Samara, que é mãe da Sofia, Sara passou a fazer as pecinhas para a afilhada de forma personalizada. "Como autistas têm uma sensibilidade muito aguçada, não poderiam ser peças de papel, um material de manuseio frágil." Com muita pesquisa, ela chegou ao plástico ideal, barato e resistente. A esta altura, a fonoaudióloga de Sofia apresentou o material para outros pais, que também adotaram a ideia. Daí nasceu a Pecinha Comunicação Alternativa e, também, a trajetória empreendedora de Sara. 
"Fiz todos os desenhos que ilustram as peças, o que abriu a possibilidade de personalização. Se a criança tem o cabelo loiro, é negra ou usa óculos, só para citar alguns exemplos, a bonequinha ou bonequinho da pecinha vai ter esta característica, para ela se enxergar ali", demonstra. 
Hoje, os principais produtos da marca são o álbum, que comporta 43 peças e mais duas réguas de comunicação, a
R$ 240,00, e um kit para passeio com as necessidades básicas da criança, como "ir ao banheiro", "estou com sede", "lanchar", "ir embora", que custa R$ 20,00.
Conforme a comunicação da criança vai se desenvolvendo, ela pode montar frases mais complexas, juntando placas distintas, como: "eu quero" " jantar" "pão". Há também uma sequência especial para a criança aprender todos os passos ao usar o banheiro, desde levantar a tampa do vaso até secar as mãos.
"Quem convive consegue entender bem a criança. Esta comunicação facilita para usar fora, como na escola ou com outras pessoas", explica. A pasta é subdividida em páginas com pecinhas que contemplam ações, sentimentos, lugares, objetos, pessoas e alimentos. E os pais podem fazer pedidos específicos de acordo com as preferências da criança. Para o futuro, Sara espera poder aumentar o rol de produtos, "para ajudar ainda mais crianças". 

Livro como um negócio educativo dentro e fora de casa

Paulo Caroli, 43 anos, empresário e responsável por trazer a ThoughtWorks para Porto Alegre, deu um presente diferente à filha Duda Chaieb, 12: incentivou que ela criasse o hábito da leitura e escreveu um livro com a menina, chamado de O mistério do colégio Alipus.
Os exemplares são vendidos no site www.misteriodocolegio.com e na Amazon, entre R$ 7,00 (e-book) e R$ 35,00. Já foram vendidas 200 unidades. "Eu sentava aqui na mesa e começava a escrever e ela questionava 'pai o que tu estás fazendo? Posso escrever contigo? '", detalha Paulo, sobre o processo.
Numa visita ao colégio de Duda, ele viu que a filha havia escrito um texto para a revista produzida no local. Bastou para perceber que poderiam, sim, desenvolver algo juntos. "Escrevi um texto que era um manual de ser um bom estudante", conta Duda.
Paulo reconheceu nas palavras da adolescente um pouco do estilo dele de escrever e se sentiu emocionado. "Quase chorei quando vi aquilo. Fiquei feliz porque não imaginava a influência que tinha", comenta. Em setembro do ano passado, a dupla iniciou a execução da iniciativa. Na mesma época, nasceu a nova integrante da família, Carolina. Durante a licença paternidade de quatro meses para ficar com a esposa, o bebê, Duda e João - o filho do meio -, o livro foi ganhando corpo.
A ficção relata um sequestro de um grupo de meninas. A partir do livro, Paulo criou uma espécie de "editora". Montou a capa, cuidou das impressões e aprendeu sobre o mercado literário. "O mundo está mudando. No exterior, 80% dos livros são comprados na Amazon. Não quero livraria do estilo antigo, ter de pagar para botar na vitrine."