Lucro líquido da Vale salta 288% no 3º trimestre

O lucro líquido da Vale saltou 288% no terceiro trimestre de 2017, em comparação com igual período do ano passado. A mineradora obteve ganho de R$ 7,1 bilhões ante R$ 1,8 bilhão. A principal razão para o salto foi a alta no preço de minério de ferro, carro-chefe da Vale. A valorização do real no período também contribui para o melhor desempenho da mineradora.

A média de preços do minério de ferro na China no terceiro trimestre deste ano foi de US$ 71,18 a tonelada, segundo dados da Bloomberg, aumento de 22% em relação à média praticada nos meses de julho a setembro do ano passado. Na comparação com o segundo trimestre, o preço subiu 13%.

Por ser o maior consumidor global da commodity, o mercado chinês é referência de preço internacional. E como o minério da Vale é de melhor qualidade que o usado como referência, a empresa também ganha com o prêmio cobrado dos clientes.

"A alta de preços foi um fator relevante no resultado da companhia. Só não foi melhor porque no fim do trimestre, os preços voltaram a cair um pouco", disse o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, em teleconferência a analistas. Segundo a Vale, os preços foram sustentados pela maior produção de aço na China, para atender à demanda dos mercados imobiliário e de infraestrutura, assim como pela alta rentabilidade das siderúrgicas.

Para o quarto trimestre, é esperada uma redução da produção siderúrgica chinesa devido ao corte compulsório de produção em algumas províncias para combater a poluição durante o inverno chinês. Ainda assim, a Vale espera que os preços fiquem em patamar semelhante ao do terceiro trimestre.

A geração de caixa ajustada (quando não são considerados efeitos não recorrentes) da Vale foi de R$ 13,2 bilhões, salto de 37,5%, estimulada pela alta do preço. E a produção de minério de ferro atingiu recorde para um terceiro trimestre, de 95,1 milhões de toneladas.

O lucro líquido também foi afetado pelos chamados ganhos não caixa. A valorização do real contribuiu para ganhos de US$ 738 milhões no trimestre. Isso porque a dívida da Vale denominada em dólar, quando convertida em moeda brasileira, cai. Posições em derivativos seguem o mesmo padrão. Entre julho e setembro, o real teve apreciação de 4,23%, segundo a Vale.

A dívida fechou o terceiro trimestre em US$ 21,1 bilhões, abaixo dos US$ 22,1 bilhões no fim do segundo trimestre. A meta da Vale para 2017 é que a dívida fique entre US$ 15 bilhões e US$ 17 bilhões ao fim deste ano.

Schvartsman também adiantou que a Vale estará listada no Novo Mercado (mais alto nível de governança da bolsa) a partir de 22 de dezembro. E que os investimentos da mineradora devem totalizar US$ 4 bilhões neste ano.