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Economia

- Publicada em 26 de Outubro de 2017 às 14:36

Decisão do BCE guia alta das bolsas na Europa

Agência Estado
Os mercados acionários europeus apresentaram forte valorização nesta quinta-feira, na esteira da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que, apesar de manter os juros inalterados, anunciou a expansão do seu programa de compra de ativos.
Os mercados acionários europeus apresentaram forte valorização nesta quinta-feira, na esteira da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que, apesar de manter os juros inalterados, anunciou a expansão do seu programa de compra de ativos.
O índice pan-europeu Stoxx-600 fechou em alta de 1,12% (+4,32 pontos), aos 391,45 pontos.
A flexibilização quantitativa (QE, na sigla em inglês) continua firme e forte no BCE. A instituição divulgou nesta quinta que o programa, que atualmente compra 60 bilhões de euros em ativos mensalmente, continuará nesse ritmo até dezembro. A partir de janeiro e até pelo menos setembro, o valor cairá pela metade, a 30 bilhões de euros. O anúncio deu ainda mais fôlego às bolsas europeias, que abriram no campo positivo à espera da decisão e de olho em balanços corporativos.
"Se a perspectiva se tornar menos favorável, ou se as condições financeiras se tornarem inconsistentes com o progresso para um ajuste sustentado da inflação, o Conselho está pronto para aumentar o programa em termos de tamanho e/ou duração", ressaltou o BCE no comunicado da decisão. Segundo o presidente da instituição, Mario Draghi, a decisão de reduzir o QE não foi unânime devido a diferentes visões sobre os dados econômicos da zona do euro. "A decisão de hoje é por um programa sem data para acabar", afirmou.
Para o economista-chefe do ING, Carsten Brzeski, a decisão do BCE é uma decisão "muito sutil no rumo da correnteza, e não um big bang". Ele afirmou que a recalibração do QE ilustra que o banco central deseja iniciar a saída da acomodação com a maior cautela possível e a forma ideal para isso seria a ação ocorrer em conjunto com a depreciação do euro. Seguindo o movimento da moeda única, que teve forte queda motivada pelo BCE, os rendimentos dos títulos europeus também apresentaram recuo. O juro do Bund alemão de 10 anos caiu para 0,432%, enquanto o retorno do OAT francês de 10 anos cedeu a 0,712%.
Entre os balanços divulgados no dia, o Deutsche Bank viu seu lucro atingir 649 milhões de euros no terceiro trimestre, representando mais que o dobro do resultado visto entre julho e setembro de 2016. Mesmo assim, a receita do maior banco da Alemanha caiu 9,6% na mesma base comparativa, para 6,78 bilhões de euros - o que prejudicou o desempenho das ações do Deutsche, que cedeu 0,76%. Isso não impediu que o otimismo com o BCE guiasse os negócios em Frankfurt, com o índice DAX fechando em alta de 1,39%, aos 13.133,28 pontos.
Ainda em solo alemão, foi divulgado que o índice GfK de confiança do consumidor alemão caiu de 10,8 em outubro para 10,7 em novembro - a previsão dos analistas era de manutenção. O indicador, portanto, sugere que a confiança se enfraquecerá pelo segundo mês consecutivo, após atingir pico em quase 16 anos. O resultado é o primeiro depois das eleições gerais na Alemanha.
Em solo britânico, o Barclays informou que seu lucro líquido subiu para 583 milhões de libras no terceiro trimestre, mas a receita caiu 5% na comparação com o terceiro trimestre de 2016, a 5,17 bilhões de libras. Com isso, a ação do banco despencou 7,41%, mas não afetou outros pares, como o Lloyds (+1,46%) e o Royal Bank of Scotland (+0,32%). Com isso, o índice FTSE-100 fechou em alta de 0,53%, aos 7.486,50 pontos.
Na bolsa de Paris, o índice CAC-40 fechou em alta de 1,50%, aos 5.455,40 pontos e, em Milão, o índice FTSE-Mib avançou 1,61%, aos 22.807,42 pontos. Já o índice PSI-20, da bolsa de Lisboa, ganhou 0,62%, aos 5.402,15 pontos.
Em Madri, o índice Ibex-35 teve valorização diária maior do que outras praças, ao fechar em alta de 1,92%, aos 10.347,80 pontos. Entre as instituições financeiras, o Banco de Sabadell subiu 3,15%, o CaixaBank avançou 1,75% e o BBVA ganhou 1,79%. Já o juro do título espanhol de 10 anos caiu para 1,565%.
Além do BCE, os investidores mantiveram a crise política espanhola no radar, com relatos de que o presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, poderia antecipar eleições e dissolver o Parlamento. No entanto, em discurso feito minutos antes do fechamento da bolsa de Madri, Puigdemont descartou eleições antecipadas, apesar de ter dito que os líderes catalães pensaram no assunto.
Outro destaque do dia foi o Santander, que teve alta de 3,21%. A alta maior que a dos outros bancos foi justificada também pelo balanço positivo da instituição, que, apesar de informar uma queda no lucro líquido no terceiro trimestre, mostrou que a receita líquida de juros subiu de 7,8 bilhões de euros entre julho e setembro de 2016 para 8,68 bilhões de euros no mesmo período deste ano. Já a Telefónica perdeu 0,55%, após a companhia mostrar redução no lucro líquido de 14,7% na mesma base comparativa.
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