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INVESTIMENTOS

- Publicada em 01 de Outubro de 2017 às 21:35

Títulos de renda fixa ganham novo fôlego com queda da inflação

Uma nova surpresa positiva com a divulgação da inflação na próxima sexta-feira pode aumentar o interesse de investidores pelos títulos de renda fixa com vencimento até 2019, chamados pelo mercado de contratos de curto prazo. Nas últimas duas semanas, as projeções cada vez mais baixas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já resultaram em rentabilidade maior para esses títulos.
Uma nova surpresa positiva com a divulgação da inflação na próxima sexta-feira pode aumentar o interesse de investidores pelos títulos de renda fixa com vencimento até 2019, chamados pelo mercado de contratos de curto prazo. Nas últimas duas semanas, as projeções cada vez mais baixas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já resultaram em rentabilidade maior para esses títulos.
Ao mesmo tempo, a permanência de um cenário mais positivo para a economia no horizonte estimula a manutenção das aplicações nos contratos com vencimento para daqui a quatro ou cinco anos.
O movimento se contrapõe ao registrado em agosto, quando muitos investidores não viam mais nenhuma vantagem nesse tipo de investimento. Na Garde Asset Management, o sócio-gestor Marcelo Giufrida justifica essa mudança de visão com base na projeção da equipe da casa para o IPCA no fim do ano, em 2,7%. Está "bem abaixo" da projeção do Banco Central, destaca. No último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), a estimativa para o IPCA foi de 3,2%.
"Temos uma visão construtiva para inflação. É fato que há ruídos nas coletas diárias de preços (por parte dos pesquisadores). Mas, ainda assim, trabalhamos com inflação de 2,70% para 2017", destaca Marcelo Giufrida. Com essa previsão, a empresa projeta a taxa básica de juros Selic a 6,5% no fim deste ano.
A Canvas Capital concorda com a análise da Garde. A empresa, no entanto, também vê boas expectativas para os contratos de juros com vencimento de longo prazo.
"Entendemos que a taxa será melhor no médio e no longo prazos", afirma Felipe Niemeyer, sócio da empresa. Niemeyer observa que os títulos até 2019 pagam atualmente IPCA mais 3% de juros, patamar que considera de pouca assimetria ou atratividade.
Os papéis mais longos, porém, remuneram IPCA mais 5%. "Isso significa uma diferença de preços de 200 pontos-base", destaca. No cenário da Canvas, o Produto Interno Bruto (PIB) terá crescimento relevante em 2018 - projeção de 2,9%, bem acima da mediana divulgada no relatório Focus (2,3%).
A gestora também não vê pressão inflacionária por conta do "excesso de ociosidade" atual da economia. "Com os juros continuando baixos, a expectativa de melhora da economia e a eleição de um governo reformista, haverá atração de investimentos no País", afirma Niemeyer.
A mesma visão tem a equipe da Adam Capital, segundo o sócio e gestor André Salgado. "Prevemos, pelo menos, dois anos de crescimento sem que a inflação seja um problema", diz o sócio da gestora.
A principal barreira para esse "momento virtuoso", pontua, seria o resultado da eleição de 2018. "Se ganhar alguém de esquerda ou de ultradireita, não teremos um governo reformista, o que significa que nada do que estamos falando vai acontecer", afirma Salgado.

Conheça alguns produtos

  • Tesouro Direto - Tesouro Selic (antiga LFT) é um investimento com juros pós-fixados que segue o juro básico da economia. É considerado um dos mais seguros, porque tem menor risco de crédito.
  • CDB, RDB e LC - Os Certificados de Depósito Bancário (CDB) são títulos de dívida de uma instituição. Ou seja, você empresta dinheiro ao banco, e ele remunera com juros. O maior risco é o de crédito, o risco de o banco quebrar. Por isso, instituições menores dão rentabilidade melhor.
  • LCI e LCA - Nas Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e de Crédito do Agronegócio (LCA), o banco capta recursos para oferecer como empréstimos para o setor imobiliário e do agronegócio, paga geralmente uma porcentagem do CDI. Esses títulos são isentos de Imposto de Renda.
  • Letra Financeira - A Letra Financeira (LF) é empregada para captação de recursos por meio de instituições financeiras. Em troca, os bancos remuneram o investidor com os juros. O prazo mínimo de uma LF é de dois anos.