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Cultura

- Publicada em 30 de Outubro de 2017 às 08:21

Artista plástico Vitório Gheno lança projeto em homenagem ao Grêmio

Projeto para o clube tricolor é lançado em parceria com Nádia Raupp Meucci

Projeto para o clube tricolor é lançado em parceria com Nádia Raupp Meucci


CLAITON DORNELLES /JC
Cristiano Vieira
A vitalidade de Vitório Gheno nem de longe transparece os 94 anos, recém-completados, que o artista plástico carrega. É com o mesmo vigor que ele lança, em parceria com a fotógrafa e fiel escudeira Nádia Raupp Meucci, o projeto Grêmio Histórico: os Quatro Tempos do Grêmio.
A vitalidade de Vitório Gheno nem de longe transparece os 94 anos, recém-completados, que o artista plástico carrega. É com o mesmo vigor que ele lança, em parceria com a fotógrafa e fiel escudeira Nádia Raupp Meucci, o projeto Grêmio Histórico: os Quatro Tempos do Grêmio.
Idealizado pela inquieta Nádia e executado artisticamente por Gheno, o projeto tem sua primeira parte definida: um álbum com quatro gravuras (40x55 cm) retratando, cada uma, determinada época do glorioso passado e presente do tricolor da Capital - clube pelo qual Gheno é apaixonado desde que corria, ainda guri, pelos campos da baixada (região do Parcão), onde foi erguido o primeiro estádio do tricolor.
As gravuras registram a fundação do clube (1903); o primeiro Grenal na baixada (1909); o Estádio Olímpico (1954); e a atual Arena (2012). Os trabalhos serão numerados, seriados e assinados por Gheno, em uma edição limitada 2017/2018. Para o próximo ano, os planos da dupla incluem um livro recheado de imagens e trabalhos que Gheno desenvolveu para o clube. "E quem comprar o álbum com as quatro gravuras leva o livro de cortesia", avisa Nádia.
A relação mais próxima com o Grêmio é recente. Conforme relembra Gheno, o então presidente José Alberto Guerreiro (gestão 1999-2002) comprou várias obras dele e ainda solicitou outras. "Ele encomendou alguns trabalhos para colocar na diretoria do clube, ainda no Olímpico. Depois, o Guerreiro me solicitou que pintasse as taças mais relevantes para o Grêmio (foram 12 trabalhos grandes, em tamanho 50x40)", afirma o artista.
Em 2012, outro presidente, Paulo Odone, chamou Gheno para encomendar trabalhos do artista para a administração do clube na Arena. O convite evoluiu para que Gheno fizesse o design dos 145 camarotes do estádio novíssimo em folha. Devido a contratempos, o projeto ficou incompleto - incluía também decoração, gravuras etc. "Mas ainda tenho esperança de finalizar os camarotes, pode colocar aí. Para mim, os camarotes estão incompletos", pede ele, apontando para o celular que registra a entrevista.
Há telas de Gheno em outros locais da Arena, como a diretoria. Ele ia realizando outras peças enquanto desenvolvia os pedidos do clube. Enquanto isso, Nádia registrava, em imagens, a arte do gaúcho nascido em Muçum fazendo parte da história do clube. É este imenso material fotográfico que deve rechear o livro da fotógrafa. "Mas, para completar o projeto, eu precisava dessas quatro obras do Vitório. Venho cobrando desde 2012 e, no ano passado, então, ele começou a fazer", relembra ela, rindo.
Versátil, Gheno tem uma carreira múltipla, como ilustrador, designer de móveis, decorador, pintor, publicitário, gravurista e jornalista. "A curiosidade sempre me motivou. A vida de pintor, aqui, é precária em termos financeiros. Eu não fiquei parado, precisava viver", lembra ele.
São famosos os projetos dele para decorar os hotéis da Rede Tropical (antes pertencente à Fundação Ruben Berta, controladora da Varig) e da Rede Plaza, por exemplo. Em outra parceria com a companhia aérea gaúcha, Gheno desenhou os cardápios para voos internacionais e criou diversas peças publicitárias. "Há uma quantidade enorme de quadros meus e gravuras nesses hotéis que fui fazendo ao longo dos anos", conta o artista.
Uma de suas inspirações é o cinema. Admirador da sétima arte, Gheno costuma ir com frequência assistir a filmes, e compra livros antigos relacionados ao tema. No ano passado, na exposição Divas do écran, Gheno eternizou com seu traço Sofia Loren, Greta Garbo, Marilyn Monroe e Catherine Deneuve, entre outras atrizes. Dos cineastas, ele cita com admiração Martin Scorsese, Woody Allen, Quentin Tarantino e Bernardo Bertolucci.
Amigo de grandes artistas, como Iberê Camargo, Xico Stockinger, Carlos Scliar, Glênio Bianchetti e João Fahrion, Gheno não dá sinais de parar. Encontrou nas tacadas semanais de golfe realizadas no Country Club a prática saudável do exercício, para não se deixar enferrujar.
Aposentadoria parece ser uma palavra desconhecida para ele. Atualmente, além de registrar em gravura a paixão pelo Grêmio, Gheno dedica boa parte do seu tempo ao novo design do Country Club. E ainda dança. "Hoje de manhã, ele me arrastou e fomos para lá e para cá, dançando. Não para", entrega Nádia, que fez aniversário na terça-feira passada, dia do nosso bate-papo (ela mostra, também, um singelo desenho feito por Gheno dando parabéns com a figura de Nádia esfuziante dentro do seu carro vermelho).
O talento do artista Gheno junto com a empreendedora Nádia está levando adiante, agora, o projeto Grêmio Histórico. Futuramente, a dupla deixa escapar que pensa em desenvolver projeto similar para o rival Internacional - uma ideia que muito agrada ao repórter, diga-se de passagem.
Quanto ao Grêmio, mais novidades estão por vir em novembro, com o lançamento oficial do projeto, ainda em data a definir. Quem quiser se adiantar, pode ter mais informações pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (51) 99820-8937.
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