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Cultura

- Publicada em 20 de Outubro de 2017 às 08:18

Vitor Ramil lança novo disco com temporada de shows no Theatro São Pedro

Pela primeira vez, Ramil gravou um álbum no Sul do Brasil

Pela primeira vez, Ramil gravou um álbum no Sul do Brasil


MARCELO SOARES/DIVULGAÇÃO/JC
Ricardo Gruner
Vitor Ramil soa satisfeito enquanto fala de Campos neutrais, seu mais novo disco, lançado em plataformas digitais na semana passada. Pela primeira vez, ele gravou um álbum no Sul do Brasil, ao longo de apenas duas semanas e com o conforto proporcionado pela proximidade dos familiares. E, nas palavras do próprio artista, finalmente conseguiu reunir diversas vertentes em uma linguagem simples. "É isso que tenho buscado com a estética do frio", define.
Vitor Ramil soa satisfeito enquanto fala de Campos neutrais, seu mais novo disco, lançado em plataformas digitais na semana passada. Pela primeira vez, ele gravou um álbum no Sul do Brasil, ao longo de apenas duas semanas e com o conforto proporcionado pela proximidade dos familiares. E, nas palavras do próprio artista, finalmente conseguiu reunir diversas vertentes em uma linguagem simples. "É isso que tenho buscado com a estética do frio", define.
Para mostrar as 15 canções inéditas ao vivo, o músico sobe ao palco do Theatro São Pedro (praça Mal. Deodoro, s/nº) por três vezes neste fim de semana. Os shows acontecem às 21h de sexta-feira e sábado, e às 18h de domingo. Ingressos entre R$ 60,00 e R$ 120,00, na bilheteria do local ou pelo site do Theatro.
Escolhido a partir de um total de cerca de 50 músicas, o repertório tem como ponto central a faixa que batiza o disco. A expressão "campos neutrais" é uma alusão ao território neutro que hoje compreende aproximadamente Santa Vitória do Palmar e Chuí. Em 1777, o Tratado de Santo Ildefonso definiu a região como uma fronteira entre os territórios pertencentes a Espanha e Portugal. "Pelo que simboliza no nosso imaginário, achei que seria sugestivo para eu organizar o repertório", destaca Vitor Ramil, a respeito de um compacto que inclui português, inglês e espanhol, e diversas abordagens sonoras.
Satolep fields forever, por exemplo, faz referência a Pelotas (Satolep ao contrário) e a um marco dos Beatles. Ao mesmo tempo, é uma milonga - "uma das poucas do trabalho que é tecnicamente uma milonga", descreve o compositor. Na mesma faixa constam elementos da música oriental e metais que dão à obra um ar clássico. "Eles se juntam em uma coisa só, e por trás há a canção. Acho que isso está em todo disco", completa ele, concordando que o lançamento tem um viés mais pop do que délibáb (2010), seu registro de inéditas anterior.
O novo projeto conta com uma série de colaboradores. Gutcha Ramil, sobrinha do compositor, participa cantando à capella Se eu fosse alguém - cantiga, versão musicada para poema do lusitano António Botto. Entre outras iniciativas, há cinco parcerias com Chico César e adaptações de canções de Bob Dylan (Sara, então escrita pelo norte-americano para sua esposa, virou Ana, dedicada à mulher de Vitor) e do galego Xöel Lopez.
"Eu sou muito ligado em tudo", destaca o músico, a respeito da variedade musical que lhe interessa. "Aqui no Sul, nós sempre tivemos as coisas muito separadas. Eu estava buscando uma linguagem nossa, sul-brasileira, que não precise ser música gauchesca", lembra ele, crente que Campos neutrais é sua melhor representação da estética do frio. No entanto engana-se quem pensar que as composições do pelotense são feitas já sob a luz desse pensamento. "A reflexão, para mim, sempre vem depois do que faço. Acho que é um esforço necessário até para nós, do Sul, nos colocarmos perante o Brasil. É importante que falemos de nós com propriedade", coloca o artista.
No sentido geográfico, o compositor salienta que o álbum justifica a ideia de que não estamos na margem de um centro, mas no centro de outra história. Com exceção das percussões, que foram gravadas na Argentina, tudo foi realizado em Porto Alegre, no estúdio Audio Porto, uma novidade na cidade. Chico César e Zeca Baleiro vieram para a capital gaúcha para contribuir. O mesmo vale para Moogie Canazio, engenheiro de som que estava nos Estados Unidos. "Há muito tempo, eu queria isso: poder fazer um disco de padrão internacional aqui. Tinha a ideia de que seria quase um sinal de pujança local para mim. Para todos nós, acho."
A fim de auxiliar na recriação das obras ao vivo, o show conta com participação dos percussionistas argentinos Santiago Vazquez e Facundo Guevara, e do Quinteto Porto Alegre, formado por Flavio Gabriel (trompete), Natanael Thomas (trompete), Nadabe Thomas (trompa), José Milton Vieira (trombone) e Jhonatas Soares (tuba). O espaço expositivo do Theatro São Pedro também conta com uma mostra fotográfica de Marcelo Soares, cujos trabalhos ilustram o álbum e o songbook.
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