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Cultura

- Publicada em 08 de Outubro de 2017 às 11:25

'A esperança e o medo são dois lados da mesma moeda', diz Clóvis de Barros Filho

Filósofo e escritor lança novo livro em Porto Alegre na próxima terça-feira

Filósofo e escritor lança novo livro em Porto Alegre na próxima terça-feira


FREDY VIEIRA/ARQUIVO/JC
Paulo Egídio
Eleito recentemente o melhor palestrante do ano pelo Guia Brasileiro de Recursos Humanos, o jornalista, filósofo e professor de Ética Clóvis de Barros Filho desembarca em Porto Alegre na próxima terça-feira (10), para lançar o livro Em busca de nós mesmos, escrito junto ao também professor e especialista em neurociência Pedro Calabrez.
Eleito recentemente o melhor palestrante do ano pelo Guia Brasileiro de Recursos Humanos, o jornalista, filósofo e professor de Ética Clóvis de Barros Filho desembarca em Porto Alegre na próxima terça-feira (10), para lançar o livro Em busca de nós mesmos, escrito junto ao também professor e especialista em neurociência Pedro Calabrez.
Na ocasião, os autores realizam uma palestra no Teatro do Sesi (Assis Brasil, 8787) a partir das 20h, seguida de sessão de autógrafos. Ingressos para o evento podem ser adquiridos pela internet ou nas Livrarias Cameron do Shopping Total e Bourbon Wallig, a partir de R$ 60,00, e dão direito a um exemplar da obra, que chegou à lista dos dez livros de não-ficção mais vendidos do país na semana de pré-venda.
Sucesso na internet e em auditórios pelo país, Clóvis é reconhecido por tratar de questões complexas da vida e do comportamento humano de forma descontraída, através de exemplos do cotidiano em suas explicações. Nesta sexta-feira (6), em conversa por telefone com o Jornal do Comércio, o professor falou sobre alguns temas que fazem parte do novo projeto literário.
Jornal do Comércio – Quais as novas reflexões propostas em Em busca de nós mesmos?
Clóvis de Barros Filho – O livro é uma reunião de reflexões feitas todas as manhãs e veiculadas por WhatsApp, comentadas por um especialista em neurociência (Calabrez). Então, ele tem uma particularidade que é justamente esse diálogo entre as ciências humanas e a neurociência. É claro, paga-se o preço de uma certa diversidade de estilos, mas acho que é um ganho de complementaridade que compensa.
JC - Por que escrever um livro que se propõe a aproximar campos vistos como antagônicos?
Clóvis – Nós queríamos justamente verificar a possibilidade de ter esse diálogo que normalmente não acontece, entre um cientista de laboratório e avental branco e um professor de ciências humanas. O que se buscou, mesmo, foi um certo ineditismo.
JC – Um dos temas abordados é o pensamento de Aristóteles, em que todos os seres humanos teriam uma função, uma virtude, e que a vida “boa” seria o pleno desabrochar dessa virtude. Em uma sociedade cada vez mais plural, ainda é possível levar isso em conta?
Clóvis – A pertinência dessa reflexão se fundamenta no fato de que a pluralidade não traz, necessariamente, felicidade para as pessoas, principalmente no trabalho. O fato de se ter muitos percursos profissionais possíveis não é necessariamente garantidor de uma realização plena da vida no trabalho. Por isso, um alerta: a harmonia entre a natureza de cada um, sua eficiência, seus talentos e a possibilidade de explorá-los na vida profissional é um pensamento que ainda pode ter seu lugar no mundo de hoje.
JC – O senhor estabelece um paralelo entre o sentimentos de esperança e de medo. Por quê?
Clóvis – Porque não há um sem o outro. Toda vez que você cogita sobre alguma coisa vindoura que te faz bem e te alegra, necessariamente cogita o contrário - a não ocorrência daquilo que te faria bem. Imagine que você tenha algum ente querido enfermo. O medo do falecimento e inseparável da esperança da cura. Assim como, se um jogador do seu time for bater um pênalti, a esperança da conversão em gol é inseparável do medo de um tiro equivocado. Por isso, esperança e medo são inseparáveis, dois lados da mesma moeda, e, na vida afetiva, acabam também aparecendo sempre juntos.
JC - O que é mais difícil: viver, no sentido de fazer escolhas, ou conviver, no sentido de tolerar e se adaptar ao outro?
Clóvis – Estamos cada vez mais nos dando conta de que uma convivência sadia, nos mais diversos universos e espaços, é mesmo uma espécie de pré-requisito de vida feliz. Quase o tempo inteiro estamos interagindo, e se nossas interações não são adequadas, o espaço para reflexão da vida fora da convivência fica muito acanhado. Tudo isso é uma preparação para falar da importância da ética e de um certo resgate do significado primeiro da palavra ética, que era uma avaliação da felicidade da vida.
JC – O que o público local pode esperar de sua palestra em Porto Alegre, na próxima terça?
Clóvis – Podem esperar um palestrante feliz, entusiasmado com a temática, que tem um carinho especial por quem irá prestigiá-lo e fará de tudo para que o deslocamento não tenha sido em vão. Que haja ganho de lucidez, ainda que mínimo. E que as pessoas possam sair da palestra um pouco intrigadas e questionando um pouco melhor o chamado senso comum.
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