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- Publicada em 22 de Outubro de 2017 às 12:47

Europa e União Europeia

Detalhe da capa do livro

Detalhe da capa do livro


REPRODUÇÃO/JC
Europa em transição (576 páginas, Editora É Realizações), do premiadíssimo pesquisador, jornalista e escritor Luuk Van Middelaar, que estudou História e Filosofia na Sorbonne e Política na École des Hautes Études em Sciences Sociales, acima de tudo, mostra como um continente se transformou em União.
Europa em transição (576 páginas, Editora É Realizações), do premiadíssimo pesquisador, jornalista e escritor Luuk Van Middelaar, que estudou História e Filosofia na Sorbonne e Política na École des Hautes Études em Sciences Sociales, acima de tudo, mostra como um continente se transformou em União.
Van Middelaar foi assessor de Herman van Rompuy, presidente do Conselho Europeu de 2010 a 2014, e para ele escreveu o aclamado discurso proferido por ocasião da entrega do Nobel da Paz à União Europeia em 2012. Middelaar integrou o comitê de transição que auxiliou Donald Dusk na sucessão de Rompuy. Van Middelaar escreveu Politicídio - O assassinato da política na filosofia francesa (É Realizações) e recebeu inúmeros prêmios importantes, como o Prix de Paris, Prize of Liberty e O Socrates Prijs, entre outros.
Na medida em que a turbulência financeira na Europa preocupa líderes políticos e mercados globais, torna-se mais importante que nunca entender as forças que sustentam a União Europeia, mantê-la unida e impulsioná-la. A obra de Middelaar relata com emoção as realidades da política de poder entre os Estados europeus e entre seus líderes. Com sua longa experiência de trabalho e pesquisas, Middelaar capta a dinâmica da União Europeia desde o seu nascimento até hoje. Além de ser um grande tratado, a obra é uma lição em política democrática e mostra que os 40 séculos de história da Europa ainda hoje fornecem ideias que movimentam o mundo.
Luuk van Middelaar mostra a Europa ressurgindo dos escombros de duas grandes guerras mundiais, que transformaram radicalmente a Europa e o mundo; e o surgimento de um novo corpo político absolutamente singular: a União Europeia, que já dura mais de meio século e significou um rompimento definitivo com as práticas geopolíticas do "concerto europeu" e das nações-Estado do século XIX. Como se sabe, muitos obstáculos foram e são enfrentados. O autor apresenta as rivalidades históricas dos países europeus e, entre erros e acertos, como eles conseguiram superá-las e criar uma superpotência.
Europa em transição é obra fundamental e referencial para todos quantos pretendam entender o mundo moderno e, não por acaso, recebeu, em 2010, o prestigiado prêmio Socrates-wisselbeker, como melhor livro de filosofia do ano nos Países Baixos.

lançamentos

  • Um romancista ao Sul: a ficção de Luiz Antonio de Assis Brasil (BesouroBox), da professora-doutora Débora Mutter, é apresentada por Sergius Gonzaga: "aqui encontramos não apenas os motivos recorrentes das narrativas de Assis Brasil, sua linguagem, procedimentos técnicos e sua refinada arquitetura, mas, sobremodo, a forma singular com que ele trata as relações entre o passado e a realidade fática e as devastadoras (e quase sempre ocultas) paixões humanas que consomem seus protagonistas.
  • Ansiedade 3: Ciúme (Benvirá, 128 páginas, R$ 19,90), do consagrado psiquiatra, cientista e escritor Augusto Cury, autor mais lido no Brasil e publicado em mais de 70 países, fala que o medo da perda acelera a mesma e aborda, com profundidade, o ciúme nos relacionamentos modernos. Cury ensina os leitores a se relacionarem bem consigo mesmos e, a partir daí, com os que estão ao redor. O autor ressalta questões de comportamento na era digital que vivemos.
  • A vida com Lacan (Zahar, 116 páginas, tradução de Andre Telles), da escritora e psicanalista Catherine Millot, autora de Freud antipedagogo e Nobodaddy: a histeria no século, publicados no Brasil pela Zahar, revela outro prisma do grande mestre da psicanálise, através das revelações do convívio pessoal da autora com Lacan, entre 1972 e 1981, ano da morte do psicanalista. Catherine lembra aquele tempo com doçura, firmeza, sinceridade e humor.

Condomínio Edifício Brasil

O velho prédio do Condomínio Edifício Brasil foi construído há séculos. É construção concreta ou imaginária, ou suas colunas e lajes são poesia concreta, se você preferir. Índios moraram aqui em priscas eras, eram seus antigos donos, mas uns alternativos dizem que antes deles havia outros donos. Complicado, dilema para arqueólogos, antropólogos e historiadores.
Depois dos índios e/ou antigos moradores, vieram alguns europeus, a maioria de fama duvidosa, e aí, no sol do trópico onde alguns dizem que não é possível criar uma civilização, foi se criando isso que está aí, com seus prós e contras, suas perdas e ganhos, e tudo mais. Tom Jobim disse que o condomínio não era para amadores, meio complicado de entender e explicar. Deus o tenha, saudades dele, o que tínhamos de mais de melhor e mais afinado. Na Austrália tem bastante sol e deu certo. Esse negócio de civilização só no frio não é bem assim.
Os moradores pensam "das suas portas para dentro", falou Dona Clementina, síndica do prédio há alguns séculos. Disse que ninguém se preocupava com as áreas coletivas e que alguns residentes tomavam conta dos espaços que deveriam ser de todos e que, na prática, serviam para colocar móveis, comércio ou simplesmente para aumentar as áreas dos apartamentos.
O prédio já contou com dezenas de síndicos, membros da realeza, civis e militares, doutores saídos de faculdades ou de escolas da vida, patrões e empregados e até um que foi professor de Geografia quando era moço e renunciou por causa de forças ocultas, não tão ocultas. O prédio foi construído no interior, depois foi desmontado e levado para o litoral metropolitano e, mais tarde, voltou a ser construído no interior. Interior que virou metrópole. Mas isso não importa muito.
Há pouco, parte dos moradores, em meio a muitas e acaloradas discussões, fez um movimento pedindo a troca da síndica, pois a economia do prédio estava complicada, e aí assumiu o subsíndico, agora também questionado. Os moradores querem um prédio ético, desenvolvido, com segurança, educação, saúde, dinheiro e direitos para todos.
Os Três Poderes "harmônicos e independentes entre si", previstos no regimento para regrar, administrar e julgar atuam. Os moradores, desconfiados, centenas de pulgas atrás das orelhas, esperam que as autoridades não sejam autoritárias demais, que pensem no bem público, nos interesses coletivos e no desenvolvimento com paz e segurança. Há moradores que seguem pensando nos seus interesses, "das suas portas para dentro"; há moradores que foram para Portugal, Miami ou Paraguai; uns não estão nem aí, e outros se articulam na frente do prédio mostrando insatisfação e exigindo rumos certos.
Não está fácil. Mediadores e líderes são aguardados, e muitos rezam para Nossa Senhora Aparecida para soluções em paz, sem palavras e gestos violentos ou balas de revólver. Além das eternas e únicas certezas: morrer e pagar cada vez mais impostos, os moradores sonham com a certeza de um Brasil melhor.

a propósito...

Na próxima assembleia geral do condomínio, os residentes pretendem implementar mais mudanças no prédio, quem sabe com novos administradores e com mais controle sobre os Poderes. Os moradores sabem também que precisam investir em educação, mudar hábitos e pensar mais no coletivo. Sabem que, se não for assim, será difícil o convívio pacífico da comunidade do prédio. Os moradores temem pela implosão do edifício, mas não querem ficar parados e têm consciência que precisam manter o clima de boas mudanças e lavagens que estão em curso.