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Política

- Publicada em 27 de Setembro de 2017 às 21:12

Haddad descarta ser plano B a Lula, mas é lançado por Tarso como candidato

Haddad posou para fotos, foi alçado como nome se Lula não concorrer em 2018

Haddad posou para fotos, foi alçado como nome se Lula não concorrer em 2018


PATRÍCIA COMUNELLO /ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad testou a popularidade e confirmou, em evento com a base petista nesta quarta-feira (27) em Porto Alegre, que é o nome mais forte para ser candidato a presidente do PT, caso Luiz Inácio Lula da Silva seja impedido de disputar a eleição de 2018. Haddad foi celebrado pela base petista, mesmo que o ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma Rousseff tenha se esquivado de admitir que pode ser alternativa. Alguns militantes chegaram a gritar "Haddad em frente, Lula presidente". 
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad testou a popularidade e confirmou, em evento com a base petista nesta quarta-feira (27) em Porto Alegre, que é o nome mais forte para ser candidato a presidente do PT, caso Luiz Inácio Lula da Silva seja impedido de disputar a eleição de 2018. Haddad foi celebrado pela base petista, mesmo que o ex-ministro da Educação dos governos Lula e Dilma Rousseff tenha se esquivado de admitir que pode ser alternativa. Alguns militantes chegaram a gritar "Haddad em frente, Lula presidente". 
O ex-governador Tarso Genro participou de uma parte do ato, cujo palco foi o Bar Ocidente, tradicional bairro boêmio Bom Fim, e discursou que "se Lula não for candidato, acho que ele (Haddad) deve ser candidato". "Ele tem de ser candidato da esquerda, do centro democrático progressista antineoliberal. Não pode ser candidato que vai se escorar em alianças que já superamos", preveniu Tarso. "Quero ver o Haddad debatendo com o Doria", provocou o ex-governador, arrancando risos da plateia, ao lembrar do atual prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que derrotou o ex-ministro da Educação na eleição na capital paulista em 2016.
> Confira as declarações de Fernando Haddad em Porto Alegre:
Já o ex-prefeito preferiu desviar de qualquer cogitação de candidatura ao falar à imprensa um pouco antes do ato. Mesmo assim, Haddad disse que vai percorrer o País ao lado de Lula. "Não estamos tratando de plano B. Estamos convictos de que a decisão sobre condenação de Lula) pode ser revista. Questionado se aceitaria, caso Lula, fora da disputa, o indicasse, o ex-ministro saiu de novo pela tangente. "Esperamos que não aconteça."
Lula foi condenado em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a nove anos e seis meses de prisão no caso do tríplex do Guarujá. A defesa recorreu, e o exame será feito pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre. Confirmada a condenação, o ex-presidente fica fora da disputa.
Além de política, Haddad comentou sobre a ação de grupo como os ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL). Ele citou episódio de críticas à mostra Queer, com temática LGBT e que acabou sendo suspensa pelo Santander Cultural. "São movimentos protofascistas. Esses meninos não têm cultura política democrática. São uma espécie de fundamentalismo protofacista que tem de afastar da nossa convivência. A intolerância, sabemos como começa, mas não sabemos como termina. Começa com livro, arte, depois é negro, mulher, LGBT, é uma escalada. Tem de cortar pela raiz."
Haddad tem agenda movimentada na cidade. Desde a manhã desta quarta, cumpre participação em eventos do PT, em universidades e instituto federal. Pela manhã falou a estudantes no Instituto Tecnológico Federal RS (IFRS), na unidade no centro Histórico, e depois foi a estrela do evento que, no Facebook, o PT chamou de Haddad com Lula pelo Brasil. O palco foi o Bar Ocidente, no bairro Bom Fim, e foi de certa forma um comício improvisado, com nomes da cepa gaúcha como os ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro, deputados e ex-deputados e ex-ministro, como Miguel Rossetto.   
De tarde, o ex-ministro da Educação de Lula e Dilma foi ao campus do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e Unisinos e, após as 18h, de volta à Ufrgs, deve dar aula pública no campus Centro. Nesta quinta-feira, ele ainda fala na Universidades Estadual (Uergs).
Sobre Lula, Haddad pediu imparcialidade no julgamento. "Qualquer homem está sujeito a investigação. Vida pública é isso. Mas estão colocando na mesma vala situações bem diferentes - alguém que é pego com R$ 50 milhões dentro de apartamento, alguém com conta no exterior, outro que pede a empresários para pagar advogado, outro que manda buscar mala em pizzaria", listou, sem citar nomes, mas as referências apontam, respectivamente, para Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Aécio Neves e o presidente Michel Temer. "Se acontecer de acharem dólar, conta no exterior, todo mundo vai ficar triste. Mas não é isso, pedimos que o processo transcorra como se fosse uma pessoa normal (Lula)."    

Declarações de Fernando Haddad em Porto Alegre:

Candidato a presidente?

Não estamos tratando de plano B. Estamos convictos de que a decisão (do TRF4) sobre condenação de Lula) pode ser revista. 

Participação em eventos pelo País

Estou participando de debates sobre educação porque o governo Temer trata mal principalmente a rede federal. Quando fui ministro, não faltou recurso. Depois acho importante em momento de crise política defender a educação.

Vantagem não ter nome ligado a denúncias da Lava Jato

Isso deveria ser obrigação: não ter nome em denúncia. Infelizmente no Brasil hoje não é. Sou professor universitário e continuo sendo o que sempre fui. Não estou pensando nisso (em ser candidato). Vamos rodar o País, fazer um bom plano de governo. Os candidatos que estão se apresentando não tem proposta nenhuma. Estou ajudando a elaborar o plano de governo que será apresentado no ano que vem.

O que deve ocorrer na economia?

Acho que tem injustiças que o governo Temer está cometendo contra a população mais pobre que não tem sentido. Os pobres foram o grande motor da economia nos tempos de prosperidade. Foi a partir do consumo dos mais pobres que a economia rodou.

Percorrer o Brasil faz parte de campanha?

Tenho feito (percorrer o Brasil). Pode ser que em Minas encontre com Lula. Sempre com pauta da educação e cidades.

Ação do Movimento Brasil Livre (MBL) e eleições de 2018:

São movimentos protofascistas. Aconteceu este episódio desagradável em Porto Alegre de intolerância. Mesmo quando vai discutir arte que considera de mau gosto, não é dessa forma. Tem todo um protocolo para discutir ciência e arte. Esses meninos aí não têm cultura política democrática. são uma espécie de fundamentalismo protofacista que tem de afastar da nossa convivência. A intolerância sabe como começa mas não sabe como termina. Começa com livro, arte, depois é negro, mulher, LGBT, é uma escalada. Tem de cortar pela raiz. Eles têm as preferências por Doria e Bolsonaro, mas não fazem parte da nossa cultura política. 

Opções a Lula

Sempre há novas lideranças surgindo, o Rio Grande do Sul é um exemplo. Saiu Tarso Genro, Olívio, Rossetto. Muitas figuras nacionais saíram do RS. A situação dele (Palloci) é muito delicada. Oferece-se a possibilidade de benefícios se falar, e pode falar sob impacto de muita emoção.

Autocrítica do PT

A reforma política é a mãe de todas as reformas. Se a gente não escolher melhor os representantes não tem presidente que dê conta. Como governar com este congresso sem fazer acordos que fogem ao controle? Defendo o fim da contribuição empresarial a campanhas, fundo de financiamento público modesto (não precisa R$ 3 bilhões) e fim da coligação proporcional. Sem isso, não tem presidente que dê conta, pois não compõe maioria. Temos de construir condições de governabilidade para depois reclamar menos de quem se elegeu. 
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