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operação lava jato

- Publicada em 26 de Setembro de 2017 às 21:42

Recibos do ex-presidente Lula têm datas que não existem

Dois dos recibos apresentados pela defesa do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), referentes ao pagamento de aluguel do apartamento vizinho ao dele em São Bernardo do Campo (SP), têm datas que não existem: 31 de novembro e 31 de junho.
Dois dos recibos apresentados pela defesa do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), referentes ao pagamento de aluguel do apartamento vizinho ao dele em São Bernardo do Campo (SP), têm datas que não existem: 31 de novembro e 31 de junho.
Os documentos foram entregues na segunda-feira à Justiça, a fim de comprovar que o aluguel do imóvel, segundo a defesa, foi "uma relação privada de locação".
Entre os 26 recibos apresentados pela defesa de Lula, dois informam as datas de 31 de junho de 2014 e 31 de novembro de 2015 como término do período de locação do apartamento. A data de assinatura do recibo, porém, está correta. Eles são assinados pelo proprietário do imóvel, Glaucos da Costamarques, e atribuem o pagamento à ex-primeira-dama Marisa Letícia.
O imóvel é um dos pontos da acusação na ação que o ex-presidente responde sob suspeita de receber propina da Odebrecht por meio da compra de um terreno onde seria construída a sede do Instituto Lula. O caso deve ser sentenciado pelo juiz Sergio Moro nos próximos meses.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, o aluguel do apartamento, que pertence a Costamarques, um primo do pecuarista José Carlos Bumlai, foi pago com propina da Odebrecht.
Lula nega irregularidades e diz que quem cuidava do pagamento do aluguel era sua mulher, morta em fevereiro. Segundo o ex-presidente, os pagamentos foram registrados em declarações do Imposto de Renda, tanto dele quanto de Costamarques.
"Vou repetir para o senhor. Nunca houve qualquer denúncia que o apartamento não estava sendo pago. Seu Glauco nunca levantou, seu Glauco nunca cobrou, seu Glauco nunca me telefonou. Nem ele, nem ninguém", disse Lula, em depoimento a Moro. Delatores da Odebrecht também negaram vínculo com o apartamento.
A pedido de Moro, a defesa do ex-presidente apresentou os recibos, assinados por Costamarques, além de um contrato de locação com o empresário.
Em nota, a defesa do ex-presidente declarou que o erro "não tem qualquer relevância para o valor probatório dos documentos".
A prova da quitação dos aluguéis, demonstrada com os recibos, é "o que basta para rebater todos os questionamentos indevidamente formulados ao ex-presidente Lula", segundo os defensores.
Para os advogados, o Ministério Público não conseguiu provar que Lula tenha recebido qualquer valor oriundo de contratos da Petrobras, e por isso desvia o foco da acusação.

Em carta, Palocci pede desfiliação do PT e chama partido de 'seita'

O ex-ministro Antonio Palocci enviou ontem uma carta à presidente do PT, a senadora paranaense Gleisi Hoffmann, pedindo sua desfiliação do partido.
No documento de quatro páginas, Palocci reafirma as declarações feitas ao juiz Sérgio Moro, segundo as quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fizera um "pacto de sangue" com a Odebrecht.
O ex-ministro diz ter visto com estranheza o fato de o PT ter aberto um procedimento interno após sua decisão de buscar um acordo de delação, mas não ter feito o mesmo para apurar as razões pelas quais estava detido pela Operação Lava Jato.
"Agora que resolvo mudar minha linha de defesa e falar a verdade, me vejo diante de um tribunal inquisitorial dentro do próprio PT", escreveu.
Palocci afirma ter procurado ajudar o projeto do partido e de Lula, sabendo que seria difícil não cometer "qualquer desvio ético".
Na carta, Palocci disse também que um dia a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli irão admitir a "perplexidade que tomou conta de nós após a fatídica reunião no Palácio do Alvorada, onde Lula encomendou as sondas e as propinas no mesmo tom, sem cerimônias".
Criticou ainda o fato de a defesa de Lula atribuir à ex-primeira-dama Marisa Letícia atos questionados pela Justiça. "Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do 'homem mais honesto do País', enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos e até o prédio do Instituto (Lula) são atribuídos à dona Marisa", pergunta.
"Afinal", prosseguiu, "somos um partido político ou uma seita guiada por uma pretensa divindade?".