Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 14 de Setembro de 2017 às 22:24

Partidos trocam de nome como estratégia para 2018

Para Rafael Madeira, legendas buscam se desvincular de imagem ruim

Para Rafael Madeira, legendas buscam se desvincular de imagem ruim


/JONATHAN HECKLER/JC
Lívia Araújo
Podemos, Avante, Patriotas, Livres, Democracia Cristã. Alguns dos novos partidos que surgem no horizonte das eleições de 2018 não são, na verdade, novos, mas apresentam nomes diferentes para legendas que surgiram nos últimos anos após a redemocratização, ou até mais recentemente. Respectivamente, PTN, PTdoB, PEN, PSL e PSDC devem apresentar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até o mês de outubro, o pedido de mudança para que o novo nome vigore já em 2018.
Podemos, Avante, Patriotas, Livres, Democracia Cristã. Alguns dos novos partidos que surgem no horizonte das eleições de 2018 não são, na verdade, novos, mas apresentam nomes diferentes para legendas que surgiram nos últimos anos após a redemocratização, ou até mais recentemente. Respectivamente, PTN, PTdoB, PEN, PSL e PSDC devem apresentar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até o mês de outubro, o pedido de mudança para que o novo nome vigore já em 2018.
A exceção ao "novo" é o PMDB, que, no mês passado, enviou ao TSE solicitação para retomar o nome com que surgiu durante a ditadura: MDB, partido de oposição à Arena (hoje PP), que representava o governo durante o bipartidarismo no País, entre 1966 e 1979.
O objetivo dessa modificação é, na visão de Rafael Madeira, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), "se desvincular de algo ao qual o partido é muito lembrado". Na maioria das vezes, ele frisa, "em um contexto em que a impressão é que nenhum partido tem algo de positivo", principalmente a partir das manifestações de junho de 2013. Entretanto a prática é antiga. "O caso da Arena é claro. O partido virou PDS (Partido Democrático Social) para se afastar do legado de apoio ao regime militar, depois virou PPB, depois PP", resgata.
"A mudança de nome, por si só, não traz resultado", opina Madeira, que crê que a alteração serve "mais no sentido de criar uma agenda positiva".
Presidente do atual PSL (Partido Social Liberal) no Rio Grande do Sul - que, até o final do ano, muda seu nome para Livres -, Fábio Ostermann discorda da mera mudança de fachada, pelo menos no caso da sigla que representa. "É um caminho diferente. Estamos transformando o partido, chamando novas lideranças, desligando lideranças antigas ligadas às velhas práticas, e mudando governança e estatuto." O nome Livres surgiu a partir de uma corrente interna do partido, criada no ano passado, "com a missão de renovar o partido organicamente, de baixo para cima", segundo as redes sociais da legenda.
Com o nome Livres oficializado, segundo Ostermann, a legenda pretende eleger um deputado estadual e um federal representado o Estado. Atualmente, não há representantes do PSL gaúcho nos legislativos estadual e federal.
O presidente do PMDB gaúcho, deputado federal Alceu Moreira, admite que a retomada do nome MDB - que nunca deixou de ser tratado assim por quadros tradicionais da sigla, como o ex-senador Pedro Simon - pretende causar um impacto no eleitorado. "Quando se faz uma modificação desta natureza, buscando a lembrança de um histórico de que as pessoas têm muito orgulho, não há dúvida que ele (PMDB) busca ser visto de outra forma."
No entanto Alceu Moreira também crê que a mera nomenclatura não é suficiente para uma mudança real. "Só haverá resultado efetivo se, junto com a mudança, houver também um pacto para a mudança de conduta", observa.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO