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Política

- Publicada em 13 de Setembro de 2017 às 19:33

'Palocci mentiu para obter benefícios', afirma Lula

Luiz Inácio Lula da Silva é recebido por militantes petistas para depoimento à Justiça Federal em Curitiba

Luiz Inácio Lula da Silva é recebido por militantes petistas para depoimento à Justiça Federal em Curitiba


/HEULER ANDREY/AFP/JC
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, na Justiça Federal em Curitiba, que o ex-ministro da Fazenda de seu governo Antonio Palocci (PT) mentiu durante depoimento prestado à Justiça Federal para conseguir os benefícios de uma delação premiada e que teria ficado com pena do ex-ministro.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, na Justiça Federal em Curitiba, que o ex-ministro da Fazenda de seu governo Antonio Palocci (PT) mentiu durante depoimento prestado à Justiça Federal para conseguir os benefícios de uma delação premiada e que teria ficado com pena do ex-ministro.
Em pouco menos de duas horas de depoimento, o ex-presidente chamou Palocci de "calculista, frio e simulador", e negou que tenha feito qualquer tipo de acerto ilícito com a empreiteira Odebrecht.
"Eu vi o Palocci mentir aqui nesta semana", disse Lula, acrescentando que viu atentamente o depoimento de seu ex-ministro, que classificou como "cinematográfico" e que parecia ter sido escrito por um roteirista de televisão.
"Você vai dizer tal coisa, os lides (no jornalismo, a primeira parte de uma notícia) são esses, preparam alguns lides para dizer e o Palocci, se não fosse um ser humano, ele seria um simulador. O Palocci é tão esperto que ele é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade. Ele é médico, é calculista, é frio. Nada é verdadeiro. A única coisa que tem verdade ali é ele dizer que está fazendo a delação, porque ele quer os benefícios da delação ou quem sabe um pouco do dinheiro dele que vocês bloquearam", disse Lula.
O ex-presidente responde processo pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, a empreiteira Odebrecht comprou um terreno para a construção de uma nova sede para o Instituto Lula.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a Odebrecht pagou R$ 12,4 milhões pelo terreno, mas a obra não foi executada. A empreiteira também teria comprado um apartamento vizinho ao que o ex-presidente mora, em São Bernardo do Campo.
Na semana passada, Palocci disse a Moro que Lula fez um "pacto de sangue" com Emílio Odebrecht e que "o pacote de propinas" envolveria um fundo de R$ 300 milhões para "atividades políticas" do ex-presidente.
"Eu fiquei vendo o Palocci falar. Ele inventou uma frase: 'pacto de sangue com Emílio Odebecht'. Mas ele é quem fez um pacto de sangue com os delatores, com os advogados dele e talvez com o Ministério Público, porque ele disse exatamente o que o power point (referência a entrevista coletiva de procuradores da Lava Jato em que foi exibida uma apresentação em power point apontando o ex-presidente como 'comandante máximo' do esquema do petrolão) queria que ele dissesse", disse Lula a Moro.
Além de Lula e Palocci, também é réu no processo o assessor do ex-ministro Branislav Kontic, que foi interrogado logo depois de Lula. Também são réus o dono da empresa DAG Construtora Demerval de Souza Gusmão Filho; o primo do pecuarista José Carlos Bumlai, Glaucos da Costamarques; Marcelo Odebrecht; o advogado Roberto Teixeira e Paulo Ricardo Baqueiro de Melo.
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