A Polícia Federal (PF) encontrou no celular de Wesley Batista, presidente-executivo e sócio da JBS, uma série de mensagens que reforçam a atuação do ex-procurador Marcello Miller a favor da empresa quando ainda atuava no Ministério Público Federal (MPF).
Um relatório da PF afirma que integrantes da Procuradoria-Geral da República (PGR) tinham "ciência de que Miller estava atuando de forma indireta nas negociações da colaboração premiada". O ex-procurador fazia parte de um grupo de WhatsApp com diretores e delatores da JBS. Ele só se manifestou no grupo, porém, no dia 4 de abril, seu último dia de trabalho no MPF no Rio de Janeiro.
Outras mensagens, porém, mostram que ele já orientava o acordo de delação desde março. As mensagens estavam no celular de Wesley Batista, que foi apreendido durante a Operação Lama Asfáltica, em maio deste ano.
Segundo a PF, as mensagens evidenciam "a participação de Marcello Miller como peça fundamental no êxito do acordo". Para a polícia, a JBS cooptou um agente público para lograr êxito em uma delação que lhes garantiu imunidade.