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Política

- Publicada em 11 de Setembro de 2017 às 22:02

PF aponta que Michel Temer recebeu R$ 31,5 milhões e teve influência no 'quadrilhão'

O relatório da Polícia Federal sobre o chamado "quadrilhão" do PMDB na Câmara dos Deputados aponta indícios de que o presidente Michel Temer (PMDB) e os ministros da Secretaria-Geral, Moreira Franco (PMDB) e o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), cometeram crime de corrupção. O documento indica também que Temer recebeu R$ 31,5 milhões de vantagens por participar de suposta organização criminosa, formada por políticos, que atuou na Petrobras e nos governos petistas.
O relatório da Polícia Federal sobre o chamado "quadrilhão" do PMDB na Câmara dos Deputados aponta indícios de que o presidente Michel Temer (PMDB) e os ministros da Secretaria-Geral, Moreira Franco (PMDB) e o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), cometeram crime de corrupção. O documento indica também que Temer recebeu R$ 31,5 milhões de vantagens por participar de suposta organização criminosa, formada por políticos, que atuou na Petrobras e nos governos petistas.
As conclusões da polícia, às quais o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, foram encaminhadas ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório da investigação, iniciada em 2015, era aguardado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para finalizar uma eventual segunda denúncia contra Temer, por organização criminosa e obstrução da Justiça.
Além de Temer, Moreira e Padilha, o relatório da PF também aponta a participação na organização criminosa dos ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves e o ex-ministro Geddel Vieira Lima - todos do PMDB e presos atualmente por crimes investigados nas Operações Lava Jato e Cui Bono?.
Há indícios de organização criminosa, segundo o relatório da PF, porque os peemedebistas investigados tinham poder sobre os demais membros do grupo e a capacidade de repartir o dinheiro obtido por meio de práticas ilícitas como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitação e evasão de divisas.
Segundo a polícia, Temer influenciava as tomadas de decisão do PMDB da Câmara dos Deputados para fazer indicações políticas a cargos estratégicos do governo. Ele também, de acordo com o relatório, articulava com empresários beneficiados nos esquemas recebimento de valores de doações eleitorais.
Para os policiais federais, o presidente recorria a terceiros para atuar no controle do grupo - nesse cenário, Moreira, Padilha e Geddel seriam "longa manus" de Temer para obter recursos de empreiteiras e grandes empresas, como a JBS.
O Palácio do Planalto divulgou nota na qual informou que "Temer não participou nem participa de nenhuma quadrilha".
No montante atribuído a Temer, a PF considera os R$ 500 mil por meio do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB), R$ 10 milhões da Odebrecht, R$ 20 milhões do contrato PAC SMS da diretoria de Internacional da Petrobras e R$ 1 milhão entregue ao coronel João Baptista Lima Filho, amigo pessoal do peemedebista.
A PF citou ainda o repasse de R$ 5,4 milhões para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, dinheiro que teria sido solicitado por Temer. No caso envolvendo a campanha de Chalita, contudo, o presidente não é citado como o remetente dos valores. Os investigadores apontaram ainda que foram feitas doações oficiais e em sistema de caixa-2 para Paulo Skaf, em 2014, após o candidato ser apadrinhado por Temer para campanha ao governo de São Paulo.
A investigação mostrou, no entendimento da PF, que, na organização hierárquica do PMDB da Câmara, Temer seria uma figura semelhante a Cunha. Para os investigadores, enquanto Cunha desenvolvia a parte obscura das negociações, Temer tinha como função oficializar os atos praticados pelo ex-deputado atualmente preso em Curitiba.
Em agosto, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, rejeitou o pedido de Janot para incluir o nome de Temer na investigação do "quadrilhão" do PMDB da Câmara. O ministro, no entanto, permitiu que houvesse compartilhamento de informação dos dois inquéritos. A PF aponta no relatório que com isso foi possível ampliar do objeto do inquérito e que recebeu a autorização do ministro para incluir Temer na investigação.
Além de Temer, a Polícia Federal destinou um capítulo para esmiuçar a participação de cada personagem, com identificação do nome, foto, histórico político, núcleo a que pertence e quais vantagens indevidas foram recebidas.
Para Janot, a organização criminosa de políticos formada para atuar na administração pública é composta por integrantes do PP, PT, PMDB do Senado e PMDB da Câmara. O procurador-geral já ofereceu denúncia, nos últimos dias, para todos os ramos da investigação - exceto o PMDB da Câmara.
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