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Opinião

- Publicada em 29 de Setembro de 2017 às 15:57

Fome ainda é uma tragédia que afeta a humanidade

A fome voltou a ser tragédia para milhões de pessoas no mundo, depois de mais de uma década de queda nos índices que medem o contingente da humanidade afetado por esse mal. A América do Sul, continente que era considerado como vanguarda na erradicação do problema, também está sofrendo com a situação.
A fome voltou a ser tragédia para milhões de pessoas no mundo, depois de mais de uma década de queda nos índices que medem o contingente da humanidade afetado por esse mal. A América do Sul, continente que era considerado como vanguarda na erradicação do problema, também está sofrendo com a situação.
A Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que 815 milhões de pessoas hoje passam fome no mundo, ou seja, 11% da população. Relatório do órgão da ONU, a FAO, na sigla em inglês, responsável pelo monitoramento do setor, citou governos sul-americanos que têm retirado proteções sociais por conta de problemas fiscais.
Igualmente, a proliferação de conflitos armados, mudanças climáticas e a recessão econômica seriam os principais motivos para esse aumento. Entre 2015 e 2016, o número de famintos aumentou em 38 milhões de pessoas. A última vez em que um crescimento havia sido registrado foi em 2002.
A fome ainda afeta 155 milhões de crianças, que, diante da falta de alimentos, são mais baixas e menos desenvolvidas para sua idade. Isso é mesmo uma tragédia para a humanidade, após tantas conquistas tecnológicas e séculos de ensinamentos religiosos, pregando a solidariedade.
Ironicamente, a fome aumentou no mundo após a ONU ter adotado como meta erradicá-la até 2030. O aumento, porém, revela que o desafio pode ser maior do que se previa. Tiveram impacto questões como a desaceleração do crescimento, o desemprego e menos proteções sociais.
Na América do Sul, Brasil incluído, países foram afetados pela queda dos preços das commodities, o que, como consequência, atingiu o pequeno agricultor e a receita fiscal do Estado para manter os programas de ajuda.
No caso do Brasil, os informes dos organismos internacionais apontam que a fome atingia 4,5% da população em 2004-2006, cerca de 8 milhões de pessoas. Em 2014-2016, ela seria de menos de 2,5%.
Não podemos voltar a fazer parte do Mapa da Fome, situação vergonhosa para uma nação com tanta riqueza natural e grande produtora de alimentos como a nossa. O sistema socioeconômico construído e adotado pela humanidade desde a Primeira Revolução Industrial, em 1750, possui um padrão de consumo insustentável para um mundo com 7 bilhões de pessoas, e mais ainda para a população que se estima que habitará a Terra daqui a poucas décadas, de 9 a 10 bilhões de indivíduos.
Quando China, Índia e África, que juntas têm hoje mais de 3 bilhões de habitantes, resolverem ter o mesmo padrão de consumo dos países desenvolvidos - e isso não vai demorar -, não precisa ser estudioso para perceber que não vai dar certo.
Por enquanto, o aumento mais significativo da fome foi registrado na Venezuela, país que havia sido premiado por combatê-la. A taxa da população que sofre com a desnutrição passou de 10,5% para 13% entre 2005 e 2014. Isso significou um salto de 2,8 milhões para 4,1 milhões de pessoas afetadas. Os números sequer incluem a situação caótica de 2017 no país.
No total, a América Latina conta com 42 milhões de pessoas que passam fome, contra 520 milhões na Ásia e 243 milhões na África. Em termos percentuais, a América Latina registra 6,6% de sua população com algum grau de insegurança alimentar. Enfim, temos que combater esse mal, pois é muito triste ver um semelhante sem ter o que comer.
 
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