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Opinião

- Publicada em 14 de Setembro de 2017 às 16:15

E venceram a intolerância e o preconceito

Estarrecimento. Essa palavra provavelmente resume o sentimento que acometeu pessoas dotadas de um mínimo de bom senso ao se depararem com a notícia de que a exposição Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira foi cancelada, em decorrência da pressão de alguns segmentos sociais, nas redes sociais e até presencialmente, mediante agressões verbais. Venceram a intolerância e o preconceito. E isso na capital de um estado que se reputa politicamente avançado.
Estarrecimento. Essa palavra provavelmente resume o sentimento que acometeu pessoas dotadas de um mínimo de bom senso ao se depararem com a notícia de que a exposição Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira foi cancelada, em decorrência da pressão de alguns segmentos sociais, nas redes sociais e até presencialmente, mediante agressões verbais. Venceram a intolerância e o preconceito. E isso na capital de um estado que se reputa politicamente avançado.
Pressuposto para uma sociedade considerar-se democrática é o respeito à pluralidade. Quando a multiplicidade de opiniões, opções, gostos e concepções é desrespeitada, há forte sinalização de que está consagrado o arbítrio, pela imposição de determinada voz discordante, em flagrante prejuízo à liberdade.
Mas deixemos a retórica vazia de apelo prático e nos atentemos aos exemplos históricos. Na década de 1930, na Alemanha nazista, foram destruídas milhares de obras de arte consideradas degeneradas. Sabemos para onde a história foi guiada. Aliviados, alguns poderão silenciar entendendo que ainda não chegamos ao ponto de queimar as obras da exposição cancelada. Mas se não detivermos a tempo movimentos de cunho nitidamente fascista, sem demora, estaremos armando fogueiras para nelas incinerar não apenas obras, mas homossexuais, bissexuais, transgêneros e transexuais. E por que não também mulheres infiéis, índios, presidiários?
Não precisamos apreciar a arte queer e, ainda que a apreciemos, não significa que sejamos queer; pois, mesmo que o sejamos, o mínimo que merecemos é o respeito alheio. Infelizmente, não pude comparecer à exposição. Porém sinto-me à vontade de dizer, invertendo uma fórmula clássica de ignorância, que não a vi, mas gostei.
Presidente da Associação dos Juízes Federais do Rio Grande do Sul
 
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