O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou ontem um acordo de cessar-fogo bilateral com o grupo rebelde marxista Exército de Libertação Nacional (ELN), o principal ainda em atividade no país. De acordo com Santos, o acordo entrará em vigor em 1 de outubro e terá uma vigência inicial de 102 dias, ou seja, irá até 12 de janeiro de 2018.
"(O cessar-fogo) será renovado à medida que se cumpra e se avance com as negociações sobre os demais pontos", disse Santos em um discurso televisionado. "A prioridade é proteger os cidadãos e, durante este período, os sequestros, os ataques contra oleodutos e outras hostilidades contra a população civil cessarão."
O ELN, que regularmente bombardeia instalações de petróleo e realiza sequestros, foi fundado por padres católicos radicais em 1964 e está em guerra com o governo colombiano há 53 anos. Segundo a guerrilha, o cessar-fogo corresponde, em parte, à visita do Papa Francisco à Colômbia. O pontífice chega ao país na quarta-feira para uma visita de cinco dias.
"Nós dissemos que a visita do Papa deveria ser um motivador extra para acelerar o nosso trabalho por um acordo", afirmou o ELN em um comunicado. "Uma vez que os dias de celebração da presença do Papa passarem, continuaremos a insistir em avançar para a desestruturação do conflito, até que a paz completa seja uma realidade."
O cessar-fogo foi acertado durante o terceiro ciclo de negociações de paz que o governo do presidente Santos e o grupo ELN mantêm no Equador desde fevereiro.