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- Publicada em 26 de Setembro de 2017 às 20:02

Memorial a vítimas da Kiss capta recursos

Demolição de prédio está garantida, informa prefeito Jorge Pozzobom

Demolição de prédio está garantida, informa prefeito Jorge Pozzobom


/MARCO QUINTANA/JC
Igor Natusch
O dia 27 de janeiro tornou-se uma marca triste no calendário de gaúchos e brasileiros desde 2013, quando o incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, causou a morte de 242 pessoas e deixou outras 680 feridas. Agora, familiares das vítimas, com o suporte do poder público e do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RS), tentam dar um significado diferente, de reflexão e acolhimento, a essa data.
O dia 27 de janeiro tornou-se uma marca triste no calendário de gaúchos e brasileiros desde 2013, quando o incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, causou a morte de 242 pessoas e deixou outras 680 feridas. Agora, familiares das vítimas, com o suporte do poder público e do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RS), tentam dar um significado diferente, de reflexão e acolhimento, a essa data.
No dia 27 de janeiro de 2018, será conhecida a proposta vencedora de um concurso para o Memorial às Vítimas da Kiss, que será erguido no mesmo terreno do edifício onde ocorreu a tragédia. A data foi apresentada ontem, na sede do IAB-RS, em Porto Alegre.
As diretrizes para o memorial mudaram após um seminário promovido pelo IAB-RS em Santa Maria no começo do mês, com a presença de sobreviventes e parentes de pessoas atingidas pelo incêndio. O encontro, que durou dois dias, mudou a concepção original sobre a iniciativa, deixando de lado propostas visualmente chamativas ou de alto custo. O consenso entre as famílias é que haja apenas uma pequena edificação, com espaço multiuso para atividades e para abrigar um acervo permanente sobre a tragédia. Na área, que tem cerca de 700 metros quadrados, deve ser erguido também um monumento; e um espaço aberto, em forma de praça, ficaria igualmente disponível à comunidade.
As principais preocupações, explica o presidente do IAB-RS, Rafael Passos, é que o espaço do memorial seja amplo, aberto, acessível e seguro. "A ideia dos familiares é que seja mais uma praça do que um edifício, sem muros e grades, e de fácil manutenção, um ambiente de conforto e que sirva de alerta para gerações futuras", enumera.
Com as mudanças, os valores da campanha de arrecadação que financiará o concurso acabaram revistos. A meta, agora, é arrecadar um valor inicial mínimo de R$ 150 mil para o processo, com outros R$ 150 mil sendo colhidos após a escolha do melhor projeto, de forma a financiar a concretização da proposta vencedora.
A campanha de arrecadação de recursos foi estendida até o próximo dia 25 de novembro, e o apoio financeiro ao projeto pode ser feito no endereço http://juntos.com.vc/pt/memorialkiss.
"Pai nenhum quer homenagear a memória do filho. Eu gostaria de estar com o meu filho, vivendo a minha vida, e não falando com a imprensa", acentua Sérgio Silva, presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (Avtsm). Segundo ele, o consenso entre os que precisam lidar com a dor da perda é por algo simples, sem grandiosidade. "Como pais, não queremos um prédio de última geração, mas algo que lembre das pessoas que se foram e mostre a imoralidade do que aconteceu. Hoje, as boates estão a mesma coisa (que a Kiss), cheias de gente, sem segurança, ninguém fiscaliza", critica.
A prefeitura de Santa Maria acertou a desapropriação do edifício onde funcionava a Kiss, mediante pagamento aos proprietários de R$ 1,35 milhão, em 12 parcelas. O próximo passo, diz o prefeito Jorge Pozzobom, é a demolição do prédio, o que deve ser feito a partir de uma parceria com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS). "As casas da área são geminadas, é preciso um cuidado especial na demolição. Mas teremos um grande apoio técnico, e não custará um centavo aos cofres públicos", garante.
A ideia original era começar a demolição em 27 de janeiro do próximo ano, a partir da simbologia envolvida com a data. Mas a mudança nos prazos do projeto para o memorial levará a uma adequação, garante Pozzobom. "Dizer 'que nunca mais se repita' não pode ser apenas um mantra, tem que ser plenamente verdadeiro. Estamos construindo uma nova relação entre a prefeitura e a Avtsm, e o que todos queremos é transformar um local de muita dor em um espaço de reflexão e amor."
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