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- Publicada em 22 de Setembro de 2017 às 18:41

Militares fazem cerco à Rocinha após pedido de reforço de Pezão

Agência Estado
Militares do Exército chegaram por volta das 16h desta sexta-feira (22), na favela da Rocinha, a mais conhecida favela do Rio de Janeiro, localizada em São Conrado, na zona sul do Rio Fortemente armados, eles estão concentrados na principal entrada da favela, à espera de orientações. Segundo informado no início da tarde, por autoridades estaduais e federais, os militares fariam um cerco na comunidade, liberando policiais para operar na favela. Helicópteros blindados do Exército também sobrevoam a comunidade.
Militares do Exército chegaram por volta das 16h desta sexta-feira (22), na favela da Rocinha, a mais conhecida favela do Rio de Janeiro, localizada em São Conrado, na zona sul do Rio Fortemente armados, eles estão concentrados na principal entrada da favela, à espera de orientações. Segundo informado no início da tarde, por autoridades estaduais e federais, os militares fariam um cerco na comunidade, liberando policiais para operar na favela. Helicópteros blindados do Exército também sobrevoam a comunidade.
O cerco das Forças Armadas foi autorizado hoje pelo Ministério da Defesa. Mais cedo, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) havia pedido reforço dos militares para ajudar no patrulhamento da comunidade, cuja população vive sob intensos tiroteios desde domingo passado. Nesta manhã, confrontos entre traficantes e policiais fecharam a Autoestrada Lagoa-Barra, que passa pelos acessos da Rocinha e é a principal via de acesso entre a zona sul do Rio e a Barra da Tijuca, na zona oeste.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou, em entrevista coletiva após reunião com o presidente Michel Temer (PMDB), que um efetivo de 700 homens da polícia do Exército, que já está no Rio, seria deslocado para fazer um cerco na Rocinha. Na sequência, o ministro anunciou que o efetivo aumentou para 950 homens das três Forças (Marinha, Aeronáutica e Exército), além de dez blindados.
Questionada sobre a razão da mudança em tão pouco tempo, a assessoria de imprensa do ministério da Defesa explicou que o número pode voltar a mudar a qualquer momento, caso seja necessário.
"Foi autorizado cerco na Rocinha para que se possa continuar o enfrentamento com criminosos", disse no Palácio do Planalto. "O Exército não substitui a polícia. Quem está na ponta são as polícias. Nós atuamos por demanda", ponderou.
Segundo o ministro, o efetivo total de que a União dispõe no Comando Militar Leste é de 30 mil homens e que operacionalmente até 10 mil homens podem ser mobilizados de forma mais rápida caso haja necessidade.
"Trinta mil são todo efetivo que o Comando Militar Leste tem. Oficialmente, podemos deslocar 10 mil homens. Neste momento, por se tratar de uma demanda de urgência, você desloca com mais velocidade a polícia do Exército. Agora serão 700", explicou. "O contingente pode aumentar, mas depende da demanda. Quem estabelece isso é o centro integrado", afirmou, dizendo que a União e o Estado do Rio estão trabalhando de forma harmônica.
No início da tarde, o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, afirmou que as Forças Armadas poderão chegar a qualquer momento à Rocinha. De acordo com o secretário, assim que as guarnições chegarem, os militares farão um cerco da favela e controlarão o trânsito, para liberar policiais para atuar em ações específicas - a expectativa é de que o Exército ajude a bloquear entradas e saídas, e não entre na favela.
O chefe da 1.ª Divisão do Exército, general Mauro Sinott, afirmou que os soldados começarão a atuar à tarde. "Entendemos por bem pedir este cerco das Forças para liberar nossos policiais para o patrulhamento de outras áreas e ações específicas na comunidade. Todos os esforços possíveis serão colocados à disposição da sociedade. Vamos tentar a todo custo fazer a efetuação da prisão desses criminosos", disse o secretário.
"Não vamos recuar dentro da Rocinha. É o quinto dia de operações nesta quinta-feira (21), descobrimos uma grande quantidade de armamento e drogas", afirmou Pezão, após dar palestra na Sessão Especial do Fórum Nacional, organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), no Rio.
Segundo o governador, as forças de segurança do Estado, incluindo o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM), estão avançando numa região da Rocinha onde os traficantes se concentraram.
"Temos certeza de que a reação que está ocorrendo no asfalto é por causa disso. Pedimos reforço embaixo para dar tranquilidade", afirmou o governador. Houve registro de confrontos em outras favelas do Rio, mas o reforço foi pedido apenas para a Rocinha. "A gente precisa agora na Rocinha", disse Pezão.
A Rocinha viveu um intenso tiroteio desde a manhã desta sexta-feira (22). Desde às 5 horas, a Polícia Militar realiza uma grande operação na Rocinha, em busca do chefe do tráfico da região, Rogério Avelino, o Rogério 157. Por volta das 8 horas, um grupo de menores incendiou um ônibus na subida da Avenida Niemeyer, em São Conrado, segundo a Polícia Militar. As chamas foram controladas sem ser necessário o acionamento do Corpo de Bombeiros para o local.
Por volta das 9h30, criminosos atacaram a base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Rua 2. Houve confronto, e um morador foi ferido e socorrido ao Hospital Miguel Couto. Os criminosos deram tiros a partir da área de mata acima do Túnel Zuzu Angel. Seus alvos eram as guarnições policiais que realizavam o cerco à comunidade. Os criminosos chegaram a jogar uma bomba contra policiais da UPP e do 23º Batalhão (Leblon). O artefato não explodiu, e o Esquadrão Anti-bombas da Polícia Civil foi acionado para o local.
Houve confrontos com os criminosos na área de mata. Há policiais do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na região. Todos os acessos da favela estão cercados pela polícia. Um veículo blindado dá apoio aos policiais. Por volta das 10 horas, a Estrada Lagoa-Barra foi interditada, em ambos os sentidos, assim como o túnel Rafael Mascarenhas.
Policiais do 23ºBPM (Leblon) reforçaram o policiamento nos arredores de São Conrado em função de devido a informações do setor de inteligência e do Disque Denúncia informando que menores teriam sido orientados por criminosos a atear fogo em ônibus. O objetivo seria a desviar atenção dos policiais do cerco da Rocinha.
Os colégios públicos e particulares que ficam na região fecharam O Centro de Operações de trânsito avisou que "devido à operação policial, a recomendação é EVITAR a região e optar por vias de ligação entre a zona sul e a zona oeste, como o Alto da Boa Vista, a Linha Amarela ou a Estrada Grajaú-Jacarepaguá".
A atual onda de intensos tiroteios na Rocinha começou no domingo passado, 17, quando o chefe do tráfico de drogas no morro, Rogério Avelino da Silva, conhecido como Rogério 157, se desentendeu com o seu antecessor, Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, preso desde 2011. No domingo, os tiroteios deixaram um morto.
Nem estaria insatisfeito com a atuação de Rogério 157 e teria tentado expulsar o seu grupo da favela, por meio de ordens dadas de dentro da prisão. A relação pode ter piorado depois da união da ADA com a facção paulista PCC. Já Rogério teria matado aliados de seu antecessor e mandado expulsar Danúbia de Souza Rangel, mulher de Nem, do morro.
Em represália, Nem teria incitado criminosos da ADA de outros morros, como Vila Vintém, Morro dos Macacos e São Carlos a tentar retomar a favela. A tentativa, porém, foi frustrada, e Rogério continua no alto do morro, segundo informações da Polícia. Danúbia, que é foragida e ostenta alto poder aquisitivo nas redes sociais, também estaria no local. Os dois corpos carbonizados encontrados pela polícia seriam do grupo de Rogério
Na segunda-feira (18), o porta-voz da Polícia Militar do Rio, major Ivan Blaz, e o delegado-titular da 11ª DP (Rocinha), Antônio Ricardo, admitiram que sabiam que poderia haver confronto entre traficantes na Rocinha no dia anterior. Blaz afirmou que a Polícia Militar não agiu com mais força para acabar com o confronto porque a intervenção poderia vitimar moradores. Já Ricardo acrescentou que não sabia que o confronto, que durou cinco horas, "seria desta proporção".
Na quarta-feira (20), o governador do Rio afirmou que soube na madrugada do domingo que haveria confronto entre traficantes e pediu que a polícia não interviesse, o que causou polêmica.
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