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Porto Alegre, sexta-feira, 08 de setembro de 2017. Atualizado �s 16h44.

Jornal do Com�rcio

Expointer 2017

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M�quinas Agr�colas

Not�cia da edi��o impressa de 04/09/2017. Alterada em 03/09 �s 18h05min

Irriga��o sofre entraves no Estado

Rio Grande do Sul tem apenas 75 mil hectares de lavouras sob irriga��o

Rio Grande do Sul tem apenas 75 mil hectares de lavouras sob irriga��o


FREDY VIEIRA/FREDY VIEIRA/JC
Thiago Copetti
Boas precipitações sobre a lavoura nos últimos três anos, excesso de burocracia na instalação de pivôs e para uso de recursos hídricos e problemas com fornecimento de energia rural são limitadores do avanço dos negócios com irrigação. Presidente do Clube de Irrigação da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), João Augusto Telles elenca esses três fatores como itens que freiam os investimentos no segmento, atualmente. "O ritmo é de espera e os custos da próxima safra serão altos. No momento, não vejo nenhum fator que deva estimular significativamente o setor", admite Telles.
Ainda assim, há quem esteja comemorando as vendas. Diretor superintendente da Fockink, Siegfried Kwast afirma que a procura por irrigação na Expointer surpreendeu em volume de contratos fechados, e superou muito a meta de negócios. Kwast projetava alta de 15% ante o realizado na feira no ano passado. Até a tarde de sexta-feira, a comercialização havia quadruplicado, garante o executivo.
"Nós fomos surpreendidos pela procura. Uma das razões é que, com custos maiores e preço dos grãos em queda geral, só resta ao produtor aumentar a produtividade. E a irrigação leva a isso. Mas também creio que o crescimento tenha relação com o clima e as poucos chuvas deste inverno", avalia Kwast.
O executivo diz que, com o inverno seco registrado em 2017, o produtor estaria temeroso com a possibilidade de baixas precipitações no verão - um alto risco para a safra de soja. "Para se ter uma ideia, em algumas regiões do Estado chegou a ficar 60 dias sem chuva, como em São Luiz Gonzaga, prejudicando culturas da temporada", recorda. 
Para o superintendente regional da Valley Irrigação Brasil, Marcelo Costanzi, uma das características do produtor que está investindo em irrigação neste ano é a de buscar fugir um pouco mais dos juros e bancar a compra com uma parcela um pouco maior de recursos próprios. Isso, diz Constanzi, está ligado a aproximação das taxas de financiamento mais próximas da Selic (reduzindo as vantagens da compra com linhas de crédito público) e ao produtor um pouco melhor capitalizado pela boa safra de soja passada.
"Cerca de 70% das vendas são de ampliação de áreas irrigadas ou de substituição de equipamentos. Apenas 30% é de primeira compra de pivô. Esse alto volume de reinvestimento ocorre porque o produtor que comprou percebe os ganhos e tem certeza do retorno em produtividade", diz o executivo da Valley.
Constanzi também destaca o valor elevado do ticket médio de compra no Parque de Exposições Assis Brasil. De acordo com o gerente da Valley, enquanto o valor médio investido ao longo do ano no Brasil gira em torno de R$ 350 mil, na Expointer chegou a R$ 700 mil.
"Isso mostra que é o grande produtor que está comprando em Esteio. E no Rio Grande do Sul há muito espaço para crescer em vendas. O Estado tem apenas 75 mil hectares irrigados. Em Minas Gerais, por exemplo, são 366 mil hectares", compara Constanzi, que espera por estabilidade nos negócios em Esteio neste ano em relação ao ano passado.

Manejo do solo irrigado garante maior produtividade

O avan�o tecnol�gico em �reas de irriga��o com emprego de esta��es agrometeorol�gicas e sensores de temperatura clim�tica, aliado ao correto manejo do solo e armazenamento de �gua, v�m garantindo produtividade no campo acima de 30% em rela��o a �reas de plantios convencionais. O segmento que atua na automa��o irrigada atingiu crescimento m�dio anual de 15%.
O Estado disponibiliza tecnologia de ponta e assist�ncia t�cnica aos produtores para manejo de culturas. Al�m da inova��o em t�cnicas de gotejamento, localizada ou por aspers�o, engenheiros agr�nomos est�o obtendo alto desempenho em lavouras irrigadas a partir da rota��o de culturas. A efici�ncia no manejo do solo com redu��o de eros�o h�drica e capacidade de infiltra��o de �gua nos solos agr�colas degradados estabelece um padr�o de rentabilidade no campo. De acordo com o engenheiro agr�nomo da Emater-RS Edemar Valdir Streck, que coordena o projeto de Manejo de Recursos Naturais dentro do Programa Estadual de Conserva��o do Solo e da �gua, o manejo do solo garante lucratividade em at� 30% com custos de energia e melhor produtividade na lavoura.
Mas a pr�tica tem que estar ajustada ao armazenamento de �gua, sobretudo em �reas de cultivo e pr�ximo a mananciais (superficiais ou subterr�neos) para se obter ganhos de fertilidade. "Para ter resultados positivos, seria a partir de uma escala de quatro e cinco anos, com um m�nimo de cobertura de solo aumentando a diversidade de culturas", explica Streck.
A aprova��o da Lei Estadual de Irriga��o n� 14.328 de 2013 estabeleceu par�metros, objetivos, diretrizes e instrumentos para a expans�o da agricultura irrigada e trouxe a possibilidade do uso e re�so m�ltiplo da �gua, de maneira permanente, visando � conserva��o e a potencializa��o da produ��o. Para o secret�rio da Comiss�o Brasileira de Agricultura de Precis�o, Fabr�cio Vieira Juntolli, representante do Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa), � preciso um alinhamento mais pr�ximo das pol�ticas empregadas neste segmento. "Precisamos fortalecer as pol�ticas e centralizar as decis�es em uma s� dire��o", afirma.
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