Um levantamento divulgado nesta sexta-feira (1º) pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) e a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) apontaram que, das quatro principais atividades pecuárias dedicadas à produção de carne, apenas a bovinocultura registrou crescimento no primeiro semestre deste ano em relação ao primeiro semestre de 2016, com alta de 3,2%.
Os dados fazem parte da primeira edição da pesquisa Estatísticas da Proteína Animaldo Rio Grande do Sul e foram divulgados durante o Painel do agronegócio do RS, na Expointer, feira que ocorre até este domingo no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
Segundo a FEE, os resultados expressos nas estatísticas de animais guiados para abate no Rio Grande do Sul, referentes ao primeiro semestre de 2017, refletem o quadro de dificuldades conjunturais a que está submetida a cadeia produtiva da proteína animal no Brasil.
O número de frangos guiados para abate recuou 8,1%, enquanto o de suínos e o de ovinos registraram quedas de 5,6% e 20,3% respectivamente. "O cenário econômico nacional continua marcado pela incerteza da recuperação do ritmo de atividade, pela contração da massa salarial e pela elevada taxa de desemprego. Esses são condicionantes importantes para a determinação do nível de demanda interna por proteínas de origem animal", pondera o economista Rodrigo Feix, Coordenador do Núcleo de Estudos do Agronegócio (FEE).
No setor externo, importante fonte de demanda da produção gaúcha de carnes, o desempenho também foi inferior ao registrado no primeiro semestre de 2016. Assim, o mercado internacional não se constituiu em um vetor de compensação da perda de dinamismo do mercado interno.
No primeiro semestre de 2017, houve redução nos volumes das carnes bovina (-19,1%), suína (-11,0%) e de frango (-5,1%) embarcadas a partir do Rio Grande do Sul. Para Feix, a valorização cambial, a operação Carne Fraca e a suspensão das importações de carne bovina fresca pelos Estados Unidos foram eventos que afetaram adversamente a competitividade das indústrias brasileira e gaúcha de carnes nos seis primeiros meses do ano”.