Contador se torna figura decisiva para o desenvolvimentoda empresa

Manter-se atualizado é o desafio de qualquer profissional no mercado de trabalho. A exigência é ainda maior no atual cenário da economia brasileira, visto o elevado número de desempregados e o fechamento dos postos de trabalhos nas empresas. Por isso capacitação, inquietude e vontade de aprender são pilares fundamentais àqueles que buscam uma reinserção ou a manutenção de seus cargos. No setor contábil, as exigências - sobretudo tecnológicas - vêm filtrando os profissionais atuantes na área. Por isso estar por dentro do ambiente digital trata-se de primeira necessidade.

O presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRC-RS), Antônio Carlos Palácios, observa que o profissional de contabilidade não pode mais se deter ao básico. Produzir balancetes e apurar impostos para as empresas são pré-requisitos de qualquer escritório. Palácios vê a necessidade de uma participação ainda mais ativa e decisiva de quem cuida da parte contábil. "Os assuntos mais básicos naturalmente são importantes, mas o contador deve oferecer mais. Apresentar relatórios, traçar estratégias de eficiência e simplificar a vida do empresário trazem benefícios às duas partes", observa. Por esse viés, o dirigente alerta sobre a obrigação do contador de estar atualizado e preparado para fornecer esse tipo de serviço. "Quem está há mais tempo trabalhando com a contabilidade fica um tanto bravo conosco quando cobramos capacitação e reinvenção deles, mas o fazemos por conta do cenário atual. Vivemos uma fase definitiva na profissão", comenta.

Outro ponto destacado pelo presidente do CRC-RS é a contabilidade no meio digital. Hoje, praticamente todos os movimentos contábeis realizados possuem cruzamentos de dados através da Receita Federal, a fim de reduzir as fraudes e gerar maior controle, tanto pelo lado do empresário - na figura do escritório de contabilidade - para manter-se em dia com suas obrigações, como pelo lado dos órgãos fiscalizadores, que conseguem detectar com maior precisão alguma possibilidade de falha. Palácios enxerga como positiva a tecnologia para domínio dos dados fiscais, mas alerta: "A nossa profissão virou de risco. O cuidado com as informações passou a ser muito maior, justamente porque o governo está de olho em tudo, o tempo todo. E, se houver erro, o empresário culpará o contador", afirma. Contudo toda essa rigidez pode trazer benefícios. "O que é mais difícil, mais trabalhoso, também é mais caro", aponta o presidente.

Acerca do evento de contabilidade, que chega à sua 16º edição em 2017, Palácios afirma que a ideia é dar prioridade para a prática e deixar de lado um pouco a questão técnica, permitindo ao profissional a interação com vários assuntos. A integração entre os participantes e palestrantes que circularão por Gramado durante os três dias de encontro é ponto fundamental do evento, segundo o presidente. Há, também, uma preocupação com a responsabilidade social.

"Estamos engajados em projetos sociais, em busca de incentivos fiscais para associações. Claro que queremos debater a parte técnica e prática da contabilidade, mas temos que ter essa sensibilidade como cidadãos", resume Palácios.