Mais de 1,7 mil vagas estão sendo ofertadas no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (29), no Dia D de Inclusão Social e Profissional das Pessoas com Deficiência (PCDs) e dos beneficiários reabilitados do INSS. A ação, que une Ministério do Trabalho e Fundação Gaúcha de Trabalho e Ação Social (FGTAS), quer romper dificuldades para inserir estes trabalhadores no mercado. As vagas continuarão a ser ofertadas nas 71 agências do Sistema Nacional de Emprego (Sine), mesmo após esta sexta-feira. Empresas têm de cumprir as cotas de contratação de pessoas com deficiência, previstas em lei, mas vagas não são preenchidas.
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB), veio à Capital e destacou a ação do Dia D que ocorre em todo o Brasil. "O Dia D é uma ação importantíssima, pois a gente aproxima a sociedade, o setor produtivo e as pessoas com deficiência e reabilitadas das vagas de trabalho", destaca Nogueira.
São 1.795 vagas nas 71 agências FGTAS participantes em todo o Estado. Entrevistas e seleções de emprego exclusivas para trabalhadores estão sendo feitas, além de atividades de orientação profissional e previdenciária. Quem tiver interesse em se candidatar às oportunidades de emprego deve comparecer a unidade do Sine na Rua José Montaury, 31, com a carteira de trabalho.
Até o primeiro trimestre de 2017, havia no Rio Grande do Sul 42.654 vagas reservadas para esse público, mas somente 27.048 foram ocupadas, com aproveitamento de 63,4%. A taxa de colocação ficou acima da do Brasil, cuja média é de 49,06%. O diretor-presidente da FGTAS, Gilberto Baldasso, observou que o Estado dobrou a oferta de vagas, que foi de 899 em 2016 e dobrou este ano para PCDs. São 292 vagas em Porto Alegre, diz Baldasso. "O que dificulta a mobilização das pessoas com deficiência para procurar emprego, muitas vezes, é o preconceito e a falta de instrução e apoio da família", ressaltou o diretor-presidente da FGTAS.
"Tem famílias que preferem que essa pessoa em condição especial fique em casa, justamente porque eles recebem benefício do governo. O Dia D é importante para mostrar que essas pessoas são capazes de ingressar mercado de trabalho", afirma Baldasso.
Para a estudante de administração, Micheline Freitas, que está há 10 anos desempregada, a ação é de suma importância. Micheline entrou com o pedido de reabilitação no INSS de Canoas e foi encaminhada para o Sine em Porto Alegre para uma vaga no Hospital Moinhos de Vento. "É super importante que as instituições cumpram a lei de cotas, para que a gente não dependa do auxílio saúde", apontou a estudante.
Antônio Donizete, que está há um ano fora do mercado de trabalho, procura vagas no setor de montagem e metalurgia. "Fiquei sabendo do Dia D e vim ver se consigo me encaixar em alguma vaga, de preferência na área onde eu já tenho 9 anos de experiência", conta Donizete.
De acordo com a coordenadora estadual de inclusão de pessoas com deficiência e reabilitadas, Ana Costa, são ainda poucas as empresas abertas para receber PcDs. "A pessoa com deficiência enfrenta uma série de barreiras, seja na sociedade, seja nas empresas e para ela possa trabalhar, é necessário romper com esses paradigmas", lista Ana. Segundo a coordenadora, as dificuldades destes trabalhadores no mercado de trabalho vão da falta de acessibilidade para quem tem deficiência física à ausência de comunicação por libras para deficientes auditivos.