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Conjuntura

- Publicada em 28 de Setembro de 2017 às 18:19

Leilões sinalizam para investimentos, diz Ipea

Resultado da venda da Cemig nesta semana indica cenário de menor risco

Resultado da venda da Cemig nesta semana indica cenário de menor risco


/SUAMY BEYDOUN /AGIF/FOLHAPRESS/JC
A arrecadação dos leilões na área de energia e petróleo realizados na quarta-feira, 27, pelo governo são uma excelente sinalização para a recuperação dos investimentos no País, avaliou José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A arrecadação dos leilões na área de energia e petróleo realizados na quarta-feira, 27, pelo governo são uma excelente sinalização para a recuperação dos investimentos no País, avaliou José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no Produto Interno Bruto - PIB) deve cair 2,5% em 2017, mas avançar 4,2% em 2018, segundo as estimativas divulgadas nesta quinta-feira, 28, pelo Ipea.
"Os leilões de quarta-feira deram uma sinalização muito positiva, porque são investimentos de longo prazo. O investimento numa usina hidrelétrica é de longo prazo, sinaliza que os investidores estão dispostos a trazer dinheiro para o Brasil de longo prazo. Isso é fundamental, porque, embora a gente tenha capacidade ociosa em diversos setores da economia, a infraestrutura ainda é precária. Precisa de muito investimento em infraestrutura. A gente precisa atrair esse capital, seja nacional ou estrangeiro, para esses investimentos de longo prazo. E esses investimentos só acontecem quando há confiança no ambiente macroeconômico", disse Souza Júnior.
A 14ª Rodada de Licitações de blocos para exploração de petróleo e gás natural, no Rio, arrecadou R$ 3,842 bilhões. Já o leilão de quatro usinas da Cemig, em São Paulo, levantou R$ 12,130 bilhões. O resultado representou uma receita R$ 4,2 bilhões maior do que a prevista pelo governo. "Isso é indicação de que há um cenário com risco menor. Se os riscos fossem elevados, dificilmente seria possível fazer um leilão desse com o sucesso que foi", ressaltou o diretor do Ipea.
Souza Júnior reconhece que o avanço nos investimentos no ano que vem ajudará a dar mais qualidade ao crescimento do PIB, já que a recuperação da atividade econômica em curso hoje ainda está muito calcada no aumento do consumo das famílias. Em 2018, a expectativa é de crescimento mais disseminado entre os componentes do PIB.
Nas projeções do Ipea , o PIB crescerá 0,7% neste ano, seguido por um avanço de 2,6% no ano que vem. O PIB industrial aumentaria 0,5% em 2017 e 3,4% em 2018. Serviços avançariam apenas 0,1% neste ano, mas teriam expansão de 2,2% em 2018. O PIB agropecuário teria elevação de 12,5% em 2017, seguido por aumento de 3,5% em 2018. O consumo das famílias deve subir 0,8% em 2017, para avançar 2,7% em 2018. O consumo do governo, porém, teria retração de 1,9% neste ano, além de novo recuo, de 0,2%, em 2018. Quanto ao comércio exterior, a estimativa é de alta de 5,6% nas exportações em 2017 e avanço de 4,1% em 2018. As importações cresceriam 3,6% neste ano e aumentariam 5,1% no ano que vem.
O diretor do Ipea lembra que a indústria e o comércio já mostram uma retomada, enquanto os serviços se recuperam paulatinamente. A agropecuária, que teve um salto importante no primeiro semestre, deixará de contribuir com a mesma força para os próximos resultados. A expectativa para o PIB do terceiro trimestre é de avanço de 0,4% em relação ao segundo trimestre do ano. Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o PIB terá elevação de 1,2%.
"A gente mostra todos os indicadores melhorando, alguns mais lentamente, outros com mais força, mas há uma questão que ainda é muito complicada, que exige atenção, que é a questão fiscal. Tem um desajuste estrutural das contas públicas que é bastante claro", alertou Souza Júnior.
Souza Júnior defendeu que a aprovação da reforma da Previdência é fundamental para o cumprimento do teto dos gastos nos próximos anos. Segundo ele, quanto mais a reforma for postergada, menor terá de ser o tempo de transição para o novo formato.

Indicador de Incerteza da Economia recua e atinge menor nível desde abril

O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) recuou 10,8 pontos entre agosto e setembro, o terceiro recuo consecutivo, passando de 130,1 pontos para 119,3 pontos. Com isso, o indicador atinge o menor nível desde abril de 2017, quando encontrava-se em 118,8 pontos.
Os dados do IIE-Br foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Na avaliação do economista da FGV Pedro Costa Ferreira, dois fatores explicam a queda no indicador: a diminuição das incertezas com relação à condução da política econômica, claramente refletido no IIE-Br Expectativa; e, em segundo lugar, o sentimento de que a condução da política econômica não sofrerá grandes desvios a médio prazo. "O principal destaque nessa queda acentuada do indicador de incerteza é a volta para o nível anterior à divulgação dos áudios da JBS com o presidente Michel Temer, em relação à elevada média dos últimos três anos", disse. Para ele, mesmo com o resultado de setembro parecendo baixo, "ele ainda está longe da média histórica de 100 pontos".