Em disposição unânime, representantes de produtores, indústrias e o governo do Rio Grande do Sul decidiram pedir ao Ministério da Agricultura a realização de auditoria com vistas a antecipar a retirada da vacinação contra a febre aftosa. Em reunião no Centro Administrativo ontem, o vice-governador José Paulo Cairoli e lideranças do segmento aprovaram a iniciativa. "Não podemos esperar 2023", disse Cairoli, referindo-se ao calendário proposto pelo Ministério da Agricultura para a retirada da vacina no Rio Grande do Sul.
Para o presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber, o pedido de antecipação tem efeitos imediatos nas cadeias produtivas. "Vai renovar ânimos e aumentar a disposição do setor com a visualização de novos mercados. Também reforça a importância da responsabilidade compartilhada, pois assim como foi uma decisão de todos, depende do trabalho de todos para ser consolidada", afirma.
Segundo o secretário estadual da Agricultura, Ernani Polo, a decisão significa "um amadurecimento importante de todas as entidades. Demonstra que o sistema de defesa vem fazendo um trabalho importante no cumprimento das metas", comemora. Conforme o superintendente do Mapa no Estado, Bernardo Todeschini, o próximo passo é o governo gaúcho expedir uma consulta ao Departamento de Saúde Animal em Brasília, para agendar auditoria.
Atualmente, o Rio Grande do Sul é área livre de febre aftosa com vacinação. O último caso da doença foi registrado em 2001, quando o Estado voltou a vacinar o rebanho. Desde então, o Serviço Veterinário Oficial vem trabalhando no aprimoramento de sistema de defesa e vigilância. A criação do Fundesa, em 2005, contribuiu para o cumprimento de uma série de exigências como a informatização das Inspetorias Veterinárias e a capacitação periódica de técnicos. A vacinação contra a aftosa é fator de restrição para a exportação de carnes. Países como Japão e EUA já importam carne de Santa Catarina, que é área livre de febre aftosa sem vacinação.