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Conjuntura

- Publicada em 20 de Setembro de 2017 às 18:58

Meirelles confirma devolução de R$ 50 bilhões do Bndes à União

Economia já está começando a crescer, destacou Henrique Meirelles

Economia já está começando a crescer, destacou Henrique Meirelles


MARCELO CAMARGO/MARCELO CAMARGO/ABR/JC
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tentou passar otimismo ontem e disse que o momento é ideal para investir no País. Em evento para investidores promovido pelo Financial Times, em Nova Iorque, Meirelles confirmou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) vai devolver à União cerca de R$ 50 bilhões dos recursos repassados ao banco de fomento ao longo dos últimos anos.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tentou passar otimismo ontem e disse que o momento é ideal para investir no País. Em evento para investidores promovido pelo Financial Times, em Nova Iorque, Meirelles confirmou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) vai devolver à União cerca de R$ 50 bilhões dos recursos repassados ao banco de fomento ao longo dos últimos anos.
"O plano inicial é esse, R$ 50 bilhões neste ano. Estamos discutindo com o Bndes e vamos ver qual a melhor decisão, mas a princípio é essa. E, de novo, temos que ver as necessidades de empréstimos e de caixa do Bndes e vamos avançar", disse.
O ministro reconheceu que a crise política influencia no debate das reformas, mas voltou a dizer que acredita que a reforma da Previdência será votada neste ano. "Tenho um nível forte de convicção de que o momento certo para discutir (a reforma) é agora, antes de entrarmos no ano eleitoral. Além disso, os presidentes da Câmara e do Senado já deram declarações que vão pautar isso neste ano."
Questionado sobre como os escândalos que atingem seu governo podem tirar a economia do rumo do crescimento, Meirelles minimizou a situação. "O governo tem mantido sua direção, as propostas estão sendo enviadas ao Congresso e os agentes econômicos seguem confiantes de que elas serão aprovadas", destacou.
O ministro da Fazenda afirmou ainda que a recuperação brasileira é sólida, e que o País tem muitas oportunidades de crescimento. "Agora é o momento de investir, quando a economia já está começando a crescer, mas os preços ainda não refletem isso", disse.
Meirelles também tentou passar tranquilidade quando questionado sobre os riscos políticos com as eleições do próximo ano. Segundo ele, a emenda constitucional que criou o teto dos gastos públicos, impedindo o crescimento das despesas acima da inflação por 10 anos, ao menos, impede mudanças estruturais. 

Goldfajn cita esforços do governo

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou ontem, durante evento do jornal Financial Times, em Nova Iorque, que a recuperação dos investimentos é o próximo passo lógico para promover o crescimento sustentável no médio e longo prazos. "Os esforços do governo em infraestrutura e privatização representam bases importantes para esse crescimento sustentável", disse.
Segundo ele, a recuperação gradual ocorre em um contexto de queda da economia, refletida em baixos níveis de uso da capacidade instalada e de desemprego "embora já esteja em declínio devido à criação de vagas", acrescentou.
Goldfajn repetiu ainda que a perspectiva global tem sido favorável, com a atividade em recuperação sem pressionar as economias centrais. "Isso apoia o apetite ao risco para economias emergentes, proporcionando um ambiente sereno para o mercado de ativos brasileiros."
Ele afirmou que o País está menos vulnerável a choques externos. Citou o balanço de pagamentos favorável, a queda substancial da inflação para cerca de 2,5% em agosto, o aumento da geração de empregos e da produção industrial, e disse que a recuperação econômica ocorre por causa de fatores como a redução da alavancagem.
Goldfajn voltou a citar a queda do risco país nos últimos meses. "O Credit Default Swap (CDS) brasileiro caiu de cerca de 500 pontos no início de 2016 para em torno de 180 pontos, o menor nível em anos." 

Dívida vai seguir em elevação sem a aprovação de reformas, diz secretário

Almeida (e) participou ontem de audiência em comissão do Senado

Almeida (e) participou ontem de audiência em comissão do Senado


/JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO/JC
A dívida pública brasileira já cresceu 21 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB) desde 2013 e vai continuar em elevação sem a aprovação de reformas para conter os gastos do governo, disse ontem o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, durante participação em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Segundo ele, quase metade disso (nove pontos percentuais) foi causada por decisões de política econômica, como a injeção de recursos do Tesouro Nacional em bancos públicos.
Um dos beneficiados dessa política foi o Bndes, que recebeu mais de R$ 500 bilhões a partir de 2009. Essa política turbinou o poder de fogo da instituição de fomento na concessão de crédito. Agora, porém, o governo tem pressionado para que o banco devolva antecipadamente
R$ 180 bilhões desse dinheiro para que consiga cumprir a chamada "regra de ouro" do Orçamento, que impede emissão de dívida para bancar despesas de custeio.
O secretário apresentou na audiência pública uma simulação da dinâmica da dívida pública com e sem a devolução dos recursos pelo Bndes. Sem a antecipação, a dívida chegaria próximo a 85% do PIB em 2024. Com a operação, ficaria na faixa de 82% ou menos. "Hoje nossa dívida está mais de 30 pontos do PIB acima das economias emergentes", ressaltou Almeida.
A reforma da Previdência é considerada essencial pela equipe econômica para mudar a dinâmica da dívida pública. Isso porque o Brasil caminha para ter em 2060 o perfil de população que o Japão tem hoje - com o detalhe que o governo brasileiro já gasta mais com Previdência do que os japoneses.
"Sem a reforma da Previdência, o teto de gastos não se sustenta", admitiu o secretário. É por isso que, segundo ele, o ajuste fiscal ainda não acabou e precisa necessariamente passar pelo Congresso Nacional. O que o teto de gastos fez foi "dar tempo" ao governo para que possa planejar os gastos. "O ajuste fiscal que se propõe, que é necessário e que precisa ter continuidade na próxima administração, é muito gradual", afirmou.