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RELAÇÕES INTERNACIONAIS

- Publicada em 07 de Setembro de 2017 às 22:28

Stihl investirá R$ 300 milhões em São Leopoldo

Anúncio foi feito na visita de Sartori à sede da multinacional fabricante de motoserras na Alemanha

Anúncio foi feito na visita de Sartori à sede da multinacional fabricante de motoserras na Alemanha


LUIZ CHAVES/PALÁCIO PIRATINI/JC
Começou bem a curta missão do governo gaúcho à Alemanha em busca de investimentos de companhias alemãs no Rio Grande do Sul. Logo na primeira parada, em Waiblingen, sede da matriz da Stihl, multinacional fabricante de motosserras, o governador José Ivo Sartori recebeu boas notícias. A companhia anunciou que investirá, até 2020, € 80 milhões (cerca de R$ 300 milhões) na ampliação de centro de pesquisa e desenvolvimento e na modernização de sua fábrica de máquinas, ambos em São Leopoldo. O objetivo da Stihl é colocar a planta gaúcha dentro do conceito de indústria 4.0.
Começou bem a curta missão do governo gaúcho à Alemanha em busca de investimentos de companhias alemãs no Rio Grande do Sul. Logo na primeira parada, em Waiblingen, sede da matriz da Stihl, multinacional fabricante de motosserras, o governador José Ivo Sartori recebeu boas notícias. A companhia anunciou que investirá, até 2020, € 80 milhões (cerca de R$ 300 milhões) na ampliação de centro de pesquisa e desenvolvimento e na modernização de sua fábrica de máquinas, ambos em São Leopoldo. O objetivo da Stihl é colocar a planta gaúcha dentro do conceito de indústria 4.0.
"A Stihl continua acreditando no Brasil, e vai fazer o investimento necessário para continuar exportando a mais de 70 países atendidos pela planta de São Leopoldo", afirmou o presidente da Stihl no Brasil, Cláudio Guenther, que assinou um protocolo de intenções com o governador. Boa parte do valor será dedicada à construção de um novo prédio para a linha de montagem das máquinas. O prédio que abriga a fábrica atual é ainda da época em que a Stihl desembarcou no Brasil, em 1973 - foi a primeira fora da Alemanha das hoje sete unidades da companhia no mundo.
Segundo Guenther, a construção de um novo prédio é mais barata do que seria a adaptação do galpão atual. O modelo buscado é o que já é visto em Waiblingen, fábrica na qual a maior parte dos processos já é automatizada. O transporte de insumos e depois dos produtos prontos entre as linhas e os depósitos, por exemplo, é feito por robôs, espécies de carrinhos pré-programados movidos a laser, que dependem de materiais magnéticos sob o solo. O novo prédio terá cerca de 13 mil m2, e está na etapa do desenho do projeto executivo. A previsão é de início da operação no fim de 2019. "Isso nos trará mais competitividade e qualidade, impulsionando a digitalização, a automatização e a otimização de processos", conta Guenther.
Neta do fundador da empresa e integrante do Conselho Consultivo da Stihl, Selina Stihl, reclamou ao governador melhorias em infraestrutura, educação, políticas para investimentos contínuos e criticou os impostos de importação, mas ressaltou o comprometimento em seguir no País. "O Brasil é muito importante para nós não só pelo mercado doméstico, mas também pela exportação, por isso estamos sempre investindo no País", afirmou Selina, que foi vice-presidente da Stihl no Brasil até 2016 e ressaltou ainda a especialização da fábrica brasileira em cilindros - hoje, mais de 80% dos cilindros usados pela Stihl em suas fábricas são feitos em São Leopoldo.
O novo centro de desenvolvimento irá desenvolver tecnologias para esse componente dos motores. O novo prédio terá 3,5 mil m2, seguindo o padrão do laboratório existente na matriz, e começará as obras em novembro, levando um ano para entrar em operação.
Sartori comemorou o anúncio, afirmando que garante a continuidade da Stihl no Estado. "É um sinal de que só não investe no Rio Grande do Sul quem não desejar", argumentou. Ele afirmou que um dos fatores mais importantes foi a garantia de manutenção do quadro de funcionários, hoje em torno de 2,2 mil pessoas, e que pode até ser expandido. Secretário adjunto do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Evandro Fontana, ainda ressalta o impacto do anúncio na economia gaúcha. "Grande percentual do que a Stihl produz em São Leopoldo provem de empresas do Rio Grande do Sul, o que gerará um efeito cascata."
A crise, de acordo com os executivos da Stihl, não preocupa a visão de longo prazo da companhia. No ano passado, segundo Guenther, o faturamento da Sthil no Brasil caiu 3,5%, mas em 2017 a empresa recuperou as perdas. Mundialmente, a empresa cresceu 20% até julho, e o Brasil pegou carona. A planta brasileira hoje fatura 50% no mercado interno e 50% no mercado externo. "Com esse equilíbrio, conseguimos manter o relacionamento de longo prazo", afirma o presidente. O conglomerado como um todo faturou, em 2016, € 3,5 bilhões, com 90% desse valor sendo proveniente de vendas fora da Alemanha.

SAP confirma que fará aporte de R$ 40 milhões em seu laboratório instalado no Tecnosinos

Sartori visitou instalações da gigante de softwares empresariais

Sartori visitou instalações da gigante de softwares empresariais


/LUIZ CHAVES/PALÁCIO PIRATINI/JC
Após a reunião com a Stihl, o governador José Ivo Sartori seguiu para outra visita, desta vez na gigante de softwares empresariais SAP, localizada a cerca de uma hora e meia de distância, em Walldorf. O encontro, entretanto, foi menos surpreendente. A empresa apenas reafirmou seu já conhecido plano de investimentos na unidade que mantém no Estado, dentro do Tecnosinos, em São Leopoldo. O objetivo da SAP é investir R$ 40 milhões no laboratório de pesquisa e desenvolvimento, aumentando o quadro de funcionários dos atuais 800 para 1,2 mil.
"Nosso laboratório de São Leopoldo é um grande ativo, fruto de um grande investimento, e vamos seguir investindo nele", garantiu Clemens Daeschle, vice-presidente da rede SAP Labs, grupo de 19 centros de pesquisa da empresa, da qual o laboratório gaúcho faz parte, sendo o único na América Latina. Criado há 11 anos, o laboratório esteve por muito tempo focado principalmente no desenvolvimento de soluções locais para os mercados brasileiro e latino. Há pouco tempo, porém, foi escolhido como um dos quatro centros da SAP para desenvolvimento global de soluções para Big Data, learning machine e Internet das Coisas junto com Paris, Bangalore e Nova Iorque.
Com isso, não apenas o prédio ficou pequeno - boa parte do valor anunciado é dedicado à ampliação física - como também o time de funcionários está curto. Hoje, são 20 profissionais na equipe voltada apenas para pesquisas em Big Data, e devem ser 100 até 2020.
O problema, segundo o vice-presidente executivo da SAP, Franz Faerber, é encontrar profissionais em quantidade para isso, ainda que a própria qualificação no País tenha sido apontada por Faerber, junto com o entusiasmo da população, como diferenciais para o centro gaúcho. "Queríamos empregar mais pessoas, mas é difícil achar mão de obra qualificada. Nosso pedido é que invistam mais em educação", solicitou o executivo a Sartori durante a reunião. Os dirigentes ainda pediram mais atenção à segurança, que seria a reclamação mais recorrente dos funcionários em relação ao Brasil. "Apesar disso, estamos extremamente satisfeitos com a unidade de São Leopoldo, que vem crescendo muito rápido", salientou Faerber.
Aos executivos, Sartori defendeu a formação dos profissionais gaúchos, salientando que o Estado possui 23 universidades e 15 parques tecnológicos, como o Tecnosinos. "Sabemos que a mão de obra gaúcha é a mais cara, mas são muito bem qualificados", ressaltou. O governador avaliou a reunião como positiva. "O mais confortável na SAP foi terem garantido até 2020 um aumento considerável de emprego de pessoas talentosas no sentido da inovação e da tecnologia, que são a nova moeda do mundo", disse.
O governador se colocou à disposição da empresa para avaliar possíveis pleitos da SAP em relação à expansão em São Leopoldo. "Meu pedido, então, é que tenhamos um voo direto de Frankfurt (localizada a menos de uma hora de automóvel da sede da SAP) a Porto Alegre", brincou Faerber, em um dos momentos de descontração na reunião. Sartori garantiu que fará o pedido à Fraport, administradora dos dois aeroportos, e que será a última parada da missão gaúcha nesta sexta-feira.