Após o anúncio de investimentos de R$ 300 milhões no Estado feito pela Stihl durante a manhã desta quinta-feira (7), o governador José Ivo Sartori seguiu para outra visita, desta vez na gigante de softwares empresariais SAP, localizada a cerca de uma hora e meia de distância. O encontro, entretanto, foi menos surpreendente. A empresa apenas reafirmou seu já conhecido plano de investimentos na unidade que mantém no Estado, dentro do Tecnosinos, em São Leopoldo. O objetivo da empresa é investir R$ 40 milhões no laboratório de pesquisa e desenvolvimento, aumentando o quadro de funcionários dos atuais 800 para 1,2 mil.
“Nosso laboratório de São Leopoldo é um grande ativo, fruto de um grande investimento, e vamos seguir investindo nele”, garantiu Clemens Daeschle, vice-presidente da rede SAP Labs, grupo de 19 centros de pesquisa da empresa, da qual o laboratório gaúcho faz parte, sendo o único na América Latina. Criado há 11 anos, o laboratório de São Leopoldo esteve por muito tempo focado principalmente no desenvolvimento de soluções locais para os mercados brasileiro e latino. Há pouco tempo, porém, foi escolhido como um dos quatro centros da SAP para desenvolvimento global de soluções para Big Data, learning machine e Internet das Coisas junto com Paris, Bangalore e Nova Iorque.
Com isso, não apenas o prédio ficou pequeno – boa parte do valor anunciado é dedicado à ampliação física – como também o time de funcionários está curto. Hoje, são 20 profissionais na equipe voltada apenas para pesquisas em Big Data, e devem ser 100 até 2020.
O problema, segundo o vice-presidente executivo da SAP, Franz Faerber, é encontrar profissionais em quantidade para isso, ainda que a própria qualificação dos brasileiros tenha sido apontada por Faerber, junto com o entusiasmo dos brasileiros, como diferenciais para o centro gaúcho. “Queríamos empregar mais pessoas, mas é difícil achar mão de obra qualificada. Nosso pedido é que invistam mais em educação”, solicitou o executivo a Sartori durante a reunião. Além disso, os executivos ainda solicitaram mais atenção à segurança, que seria a reclamação mais recorrente dos funcionários em relação ao Brasil. “Apesar disso, estamos extremamente satisfeitos com a unidade de São Leopoldo, que vem crescendo muito rápido”, salientou Faerber.
Aos executivos, Sartori defendeu a formação dos profissionais gaúchos, salientando que o Estado possui 23 universidades e 15 parques tecnológicos, como o Tecnosinos. “Sabemos que a mão de obra gaúcha é a mais cara, mas são muito bem qualificados”, ressaltou o governador, que elencou ainda medidas tomadas na contratação de policiais e outros investimentos acertados para a região do Vale do Sinos, como a cooperação com o Medical Valley alemão. Após a reunião, Sartori avaliou a reunião como positiva. “O mais confortável na SAP foi terem garantido até 2020 um aumento considerável de emprego de pessoas talentosas no sentido da inovação e da tecnologia, que são a nova moeda do mundo”, avaliou Sartori após a reunião.
O governador ainda se colocou à disposição da empresa para avaliar possíveis pleitos da SAP em relação à expansão em São Leopoldo. “Meu pedido, então, é que tenhamos um voo direto Frankfurt (localizada a menos de uma hora de automóvel da sede da SAP) a Porto Alegre”, brincou Faerber, em um dos momentos de descontração na reunião. Sartori garantiu que fará o pedido à Fraport, administradora dos dois aeroportos, e que será a última parada da missão gaúcha à Alemanha nesta sexta-feira.