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- Publicada em 25 de Setembro de 2017 às 17:38

Motoristas para as Excelências

Apenas milhares - e não milhões - de brasileiros vão ficar sabendo, nesta semana, que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu contratar 56 motoristas executivos para servirem Suas Excelências e outros agregados da corte, ao custo de R$ 5 milhões anuais. Sob o nada chamativo epíteto de "contratação de empresa para prestação de serviços de apoio operacional na área de condução de veículos oficiais", está em curso um pregão eletrônico que ajuda a sangrar o País quebrado.
Apenas milhares - e não milhões - de brasileiros vão ficar sabendo, nesta semana, que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu contratar 56 motoristas executivos para servirem Suas Excelências e outros agregados da corte, ao custo de R$ 5 milhões anuais. Sob o nada chamativo epíteto de "contratação de empresa para prestação de serviços de apoio operacional na área de condução de veículos oficiais", está em curso um pregão eletrônico que ajuda a sangrar o País quebrado.
O edital é um compêndio de "considerandos" e exigências, pelos quais se sabe oficialmente que os choferes terão que usar paletós com três botões e seis bolsos - e que suas calças "não poderão ter pregas". As gravatas serão "em tecido jacquard preto, maquinetadas com risca na mesma cor na diagonal - forradas em cetim -, acabamento de primeira qualidade, entretela grossa, com passante duplo". Ah... os motoristas se comprometem à "manutenção de uma boa higiene pessoal".
São coisas acintosas que fazem lembrar a corte da França, de três séculos atrás, e que, por uma questão de justiça social brasileira, deveria, neste deplorável 2017, ser levada ao conhecimento de toda a população de Joãos e Marias. São aqueles milhões que penam em superlotados ônibus, país afora.

Romance forense: Dona Merca, com 'c'. Ou com 'd'?


/REPRODUÇÃO/JC
Tarde escaldante, juiz, advogados, partes e serventuário tomam fôlego na ensolarada sala da Vara do Trabalho, em média cidade do interior gaúcho. Levam adiante uma audiência conciliatória.
O magistrado se surpreende com o nome da reclamante, grafado como "Cate" - como se fosse uma conjugação subjuntiva do verbo "catar", na segunda pessoa do singular. Ele imagina que a intenção do pai da pudesse ter sido batizá-la como "Kate" - e que o oficial do registro civil tivesse se equivocado.
E para evitar erro(s) na assentada de audiência, o magistrado pergunta à reclamante:
A senhora é Cate, com "C" mesmo, como letra inicial?
Um pouco vexada, a moça assente:
Isso mesmo, doutor, mas todos me chamam de "Queite".
Habitual falante como era, o advogado da reclamante - com a intenção de descontrair o ambiente - se apruma e diz de forma solene:
Na minha família também há um caso de nome raro...
As expressões faciais dos demais denotam curiosidade. O falador prossegue:
Tenho uma tia, líder comunitária muito conhecida, chama-se Dona Merca. E para evitar equívocos, acrescento que se trata de Merca com "c".
A gargalhada é geral, descontrai o ambiente forense, e as partes, sem demora, celebram um acordo. Colhidas as assinaturas, o arremate vem por conta do advogado da reclamada.
Seguramente não foi um acordo de "merca com d"...

Segredo quebrado

Corria em sigilo um pedido do governo italiano para despachar o escritor Cesare Battisti de volta a Roma. O segredo foi quebrado ontem pela "rádio-corredor" da OAB de Brasília, revelando que o presidente Michel Temer (PMDB) estaria inclinado a rever a decisão que garantiu ao italiano a residência em território brasileiro.
Em 1987, ele foi condenado à prisão perpétua (com restrição de luz solar), pela Justiça de seu país, pela suposta autoria de quatro homicídios por motivação política. É considerado terrorista pela Itália, embora o delito de terrorismo não seja tipificado na legislação do país. Viveu foragido na França, sendo dois pedidos de extradição negados pela Corte de Acusação de Paris, até que, em fevereiro de 2004, o Conselho de Estado da França analisou novo pedido e deferiu o pedido italiano. Antes que o decreto fosse assinado, Battisti fugiu para o Brasil.
Em 2007, o governo da Itália apresentou o pedido de extradição ao Brasil, seguindo-se a prisão preventiva de Battisti. Em 2009, o STF autorizou o decreto extraditório; mas como a decisão final, na via executiva, é do presidente da República, o italiano ficou preso na Papuda, em Brasília, até dezembro de 2010. No último dia do ano, o então presidente Lula (PT) anunciou que não concederia a extradição do ex-militante italiano, mantendo sua prisão. Em 8 de junho de 2011, o STF finalmente decidiu, por 6 votos a 3, pela libertação de Battisti (Ext. nº 1.085).

Das redes sociais

"Para o Grêmio ganhar a Libertadores, só com liminar do Gilmar Mendes." (De um grupo de torcedores gremistas, depois do fiasco de domingo na Bahia).
"O político brasileiro é o maior religioso do mundo. Em cada obra, ele leva um terço."
"Invadir a Rocinha é fácil para a polícia e para o exército. Quero ver invadirem Brasília e prender os maiores chefes dos bandidos."

Os livros certos

Os leiloeiros que vão fazer a alienação judicial (R$ 8,5 milhões) da mansão de Sérgio Cabral (PMDB) e Adriana Ancelmo, em Guaratiba (RJ), encontraram, na biblioteca da casa, dois livros pertinentes à rotina do casal: "Estado de Crise", de Zygmunt Bauman; e "Antologia da Maldade", de Gustavo Franco.
E, na linha descontraída, "Flanando em Paris", de José Carlos Oliveira. Este traz à memória a predileção do ex-governador pela "bonne vie" que gostava de desfrutar, com frequência, na cidade-luz.

Sem partido

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, vai levar ao pleno do STF, em breve, uma ação sobre candidatura avulsa. Ele está concluindo relatório que discute a possibilidade de pessoas sem filiação a partidos políticos concorrerem em eleições.
A propósito, o juiz eleitoral Hamilton Gomes Carneiro, em Aparecida de Goiânia (GO), concedeu ao advogado Mauro Junqueira o direito de se candidatar a qualquer cargo eletivo no pleito de 2018, mesmo sem estar filiado a um partido político. Na mesma linha, Valéria Monteiro, ex-apresentadora do Jornal Nacional e do Fantástico (1998-2003), pretende concorrer à presidência da República.

Excrescências...

O ex-presidente Lula afirmou, na quinta-feira passada, que os procuradores e delegados que o investigam estão mexendo com "um político que não roubou e não tem medo deles". Ao discursar num evento do PT, para discutir o programa de governo do partido para a eleição de 2018, o ex-presidente afirmou que se "sente estimulado" a defender a sua honra e que os investigadores "mexeram com quem não deveriam mexer".
"Não é porque estou acima de qualquer coisa. É porque eu não fiz o que eles dizem que eu fiz. Eles estão acostumados a mexer com político que roubou, que fez corrupção, que enriqueceu e está com o rabo no meio das pernas, mas agora eles estão mexendo com um político que não roubou, que não tem medo deles e que a única coisa que tem é a sua honra para defender", afirmou.
Lula ainda chamou de "excrescência da excrescência da excrescência" a denúncia do Ministério Público Federal transformada em ação contra ele por causa da aprovação, durante seu governo, de uma medida provisória que beneficiou o setor automobilístico.