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Empresas & Negócios

- Publicada em 18 de Setembro de 2017 às 17:41

Amo Criança: recolhedores de solidariedade


MARCO QUINTANA/JC
Samuel Lima
Cerca de 274 mil toneladas de garrafas e outros materiais plásticos são reciclados todo ano no Brasil, o que representa 51% do descarte total do produto no País, de acordo com dados mais recentes da Associação Brasileira de Indústria PET (Abipet). A atividade, além de vital para preservação do meio ambiente e para a sobrevivência de catadores e cooperativas, também pode ajudar a salvar vidas no Rio Grande do Sul, por meio de um projeto permanente da Associação de Assistência em Oncopediatria (Amo Criança), de Novo Hamburgo.
Cerca de 274 mil toneladas de garrafas e outros materiais plásticos são reciclados todo ano no Brasil, o que representa 51% do descarte total do produto no País, de acordo com dados mais recentes da Associação Brasileira de Indústria PET (Abipet). A atividade, além de vital para preservação do meio ambiente e para a sobrevivência de catadores e cooperativas, também pode ajudar a salvar vidas no Rio Grande do Sul, por meio de um projeto permanente da Associação de Assistência em Oncopediatria (Amo Criança), de Novo Hamburgo.
Desde 2015, a entidade promove a campanha "Eu amo tampinhas", em parceria com o Santuário das Mães, ligado à diocese do município. Centenas de cartazes foram espalhados no Estado para sensibilizar os gaúchos a doarem tampas de garrafas PET, de caixas de sucos e de leite, de embalagens como xampu, amaciante, creme dental, entre outras. Os pontos de coleta vão de igrejas e paróquias até escolas, empresas e condomínios. "Arrecadamos, em média, duas toneladas de tampinhas por mês. Nossa meta é chegar a 30 toneladas neste ano", afirma a gerente administrativa da Amo Criança, Carla Silva. Em Porto Alegre, um dos principais locais de entrega é a Fundação São João (rua General Lima e Silva, 925).
Os materiais são armazenados na sede da entidade (rua Vidal Brasil, 1.695) e na da instituição católica parceira (Estrada Santuário das Mães, 1.000). As tampinhas passam então por uma triagem, realizada por pessoas que receberam sentença de serviço comunitário, para serem, posteriormente, vendidas a um negócio de reciclagem automotiva. Geralmente, o quilo é comercializado a R$ 1,50, conforme a empresa. A renda é revertida para o diagnóstico e tratamento de crianças e adolescentes vítimas de câncer, de até 18 anos.
Atualmente, 42 famílias são assistidas, com origens em Novo Hamburgo, São Leopoldo, Campo Bom e Estância Velha. A entidade oferece consultas médicas, acompanhamento terapêutico, social e emocional aos pacientes e seus familiares, além do encaminhamento para exames e tratamento em hospitais de referência e auxílio no fornecimento de medicamentos, transporte e outros pedidos. Os serviços abrangem as áreas de oncopediatria, odontologia, serviço social, psicologia, fisioterapia, nutrição, pedagogia e musicoterapia. Além disso, há esforço em fortalecer vínculos e integração social das famílias em oficinas de tablets, de inglês, grupo das mães e o chamado Grupo Ama (Atividades Motoras com Animais), um espaço de brincadeiras entre as crianças e um "gato terapeuta".
Em dois anos de campanha, quase 11,9 milhões de tampinhas deixaram de ir para o lixo, cerca de 29 toneladas de plástico, que geraram recursos para viabilizar atendimentos em um conturbado cenário econômico para o terceiro setor. A campanha, conta Carla, tomou uma dimensão que ela não imaginava quando recebeu a sugestão de projeto do monsenhor Oscar João Colling, da diocese de Novo Hamburgo. "Não contava com a capilaridade da Igreja Católica, com a divulgação que ela fez. O monsenhor falava na missa, outros padres começaram também. Quando vi, estávamos recebendo tampinhas de todo o Estado", lembra ela. "As pessoas vão na entidade e levam os cartazes de volta, é uma rede de solidariedade que se espalha rapidamente. Vira um vício mesmo. Tem gente que diz que não consegue mais ir num aniversário e não ficar catando tampinha, outros, que pegam na rua."
Hoje, a ação é considerada indispensável para equilibrar as finanças: no primeiro semestre do ano, a coleta e venda das tampinhas foi responsável por 5% da captação total de recursos da entidade, que ainda promove eventos beneficentes, concorre a editais da iniciativa privada, recebe destinação de imposto de renda e depósitos bancários (Banrisul, Ag. 0290, CC. 06.858.655.2.2) e participa de iniciativas como o McDia Feliz, da rede de fast food McDonald's, e a Ação Infância e Vida, do Banco do Brasil. A campanha também deve ajudar na reforma do prédio, prevista para outubro, melhorando o acesso e o isolamento acústico das salas de atendimento, de olho no conforto e na privacidade de pacientes e seus familiares.
Carla ainda defende que o valor da tampinha vai além do recurso financeiro. "Com essa campanha, a causa do câncer infantil ficou conhecida nas escolas, nas empresas. Crianças e adolescentes foram diagnosticados precocemente porque seus pais ouviram falar na Amo Criança. A comunidade passou a contribuir e realizou outras doações", enumera a gerente, citando ainda o benefício ambiental que a reciclagem dos materiais apresenta.
Mais informações sobre a "Eu amo tampinhas" podem ser obtidas no telefone (51) 3582-4800.
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