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Empresas & Negócios

- Publicada em 11 de Setembro de 2017 às 16:16

Bischoff Group retoma expansão internacional


JONATHAN HECKLER/JC
Carolina Hickmann
Era de se esperar que Jorge Bischoff movimentasse o setor calçadista. Natural de Igrejinha, com alguns meses de vida, o empresário já frequentava fábricas de sapatos para que sua mãe, uma artesã, pudesse amamentá-lo. Durante a infância, sua família tinha um atelier em casa. Na adolescência, começou a trabalhar na indústria de sua cidade natal.
Era de se esperar que Jorge Bischoff movimentasse o setor calçadista. Natural de Igrejinha, com alguns meses de vida, o empresário já frequentava fábricas de sapatos para que sua mãe, uma artesã, pudesse amamentá-lo. Durante a infância, sua família tinha um atelier em casa. Na adolescência, começou a trabalhar na indústria de sua cidade natal.
Atualmente, o CEO do Bischoff Group, dono das marca Loucos e Santos e da que leva seu nome, é responsável por mais de 3 mil empregos diretos e indiretos. Além disso, tem suas criações exportadas para 60 países a partir de lojas multimarcas e próprias.
O executivo registra que a "internacionalização forte do grupo" teve início neste ano. Em janeiro, uma flagship store Jorge Bischoff foi inaugurada em um dos principais centros de consumo de Miami (EUA). A marca ainda conta com duas lojas no Uruguai e uma em Cuba, inauguradas anteriormente.
O desafio passa a ser a manutenção da essência da marca dentro do projeto de expansão. Preocupado com isso, o empresário estabeleceu critérios rígidos para franqueados no Brasil, que lhe rendem premiações anuais, e que devem ser transferidos para os investidores internacionais - tudo isso levando em conta o contexto econômico atípico vivido pelo País nos últimos anos.
Empresas & Negócios - Qual a projeção para os negócios em 2017 frente a 2016?
Jorge Bischoff - Falando na marca Jorge Bischoff, o ano deve ser muito bom. Se formos falar na situação política, tudo fica um pouco mais complicado. Vivo aqui e sofro as consequências da instabilidade. Crescemos cerca de 6% no ano passado, mas estávamos acostumados a crescer 25%. Em 2016, poderíamos ter aumentado quase isso, mas, comparando com o restante do mercado, os 6% são satisfatórios. Pelo histórico, foi um ano ruim. Em 2017, acredito que passaremos dos 10%.
Empresas & Negócios - A que é possível creditar o crescimento diante das turbulências econômicas?
Bischoff - Tenho a impressão de que a consumidora, quando precisou fazer escolhas, permaneceu conosco. Outro fator também contribuiu, mas não o acho adequado. Por muito tempo, as brasileiras compraram bastante fora do País. Agora, acredito que pela crise, elas precisaram se abastecer no mercado interno e, como sabem da nossa qualidade, continuamos crescendo nas duas marcas durante o ano passado e esperamos crescer mais em 2017.
Empresas & Negócios - Quanto a marca Jorge Bischoff representa no grupo?
Bischoff - Ela é o carro-chefe, representa cerca de 80% de faturamento. A Loucos e Santos é o nosso projeto jovem. Talvez, com o Brasil do jeito que está, ela passe a ser a maior. São propostas opostas, cada uma tem que ocupar o seu espaço. Mas também, se uma ocupar o espaço da outra, "vire-se". Temos que cuidar o posicionamento, somente, mas seguiremos expandindo. Serão pelo menos 11 lojas abertas neste ano. Ainda temos algum tempo para negociações que culminarão em aberturas em 2017. Esperamos atingir 15 lojas no ano que vem.
Empresas & Negócios - E como alcançar crescimento sem perder a essência da marca?
Bischoff - Esse foi meu primeiro questionamento quando começamos a formatar o projeto de franquias. Minha colocação sempre foi de que ao entrar na loja deveria haver champanhe, estacionamento, piscina, atendimento excepcional, como a primeira loja na Padre Chagas. Como colocar uma loja com todo esse serviço em qualquer parte do País? As palavras são treinamento, supervisão e exigência. É preciso escolher muito bem o franqueado. Não me lembro de entrar em uma loja e sair decepcionado. O resumo para entender que tudo isso é verdade é que ganhamos pelo quarto ano consecutivo o selo de excelência em franquias, da Associação Brasileira de Franchising, com a marca Jorge Bischoff.
Empresas & Negócios - Quais são os planos para o mercado dos Estados Unidos?
Bischoff - Iniciamos do mesmo jeito que comecei no Brasil, com uma única loja. Aprenderemos com esta loja e, até o final do ano, vamos abrir o nosso e-commerce por lá. Esperamos inaugurar mais uma ou duas operações no ano que vem para liberarmos o projeto de franquias.
Empresas & Negócios - O que será necessário para viabilizar tudo isso?
Bischoff - Precisaremos de um centro de distribuição por lá, que vai abastecer o mercado multimarcas e o e-commerce - deve ser lançado até o final do ano. Nos próximos três anos, iremos crescer com a loja on-line e com as franquias, à medida que o mercado for nos aceitando. Talvez seja necessária uma alteração no mix de produtos. Lá ou aqui, é a mesma coisa que achar que o mercado de Porto Alegre será receptivo aos mesmos produtos que o mercado de Belém. Estamos da ponta do Norte à ponta do Sul do Brasil. Em cada uma delas há alguma adaptação. Mesmo assim, lá já virou o local com maior procura pela abertura de franquias, inclusive por parte de muitos brasileiros.
Empresas & Negócios - Quando essas parcerias serão fechadas?
Bischoff - Diferentemente do Brasil, não temos hoje a necessidade de fazer com que esse projeto cresça extremamente rápido. Então só a partir de 2019 devemos liberar o projeto de franquias. Está tudo muito bem por aqui e temos muito espaço para crescer. Somos pequenos no Brasil, temos 70 lojas hoje, devemos fechar o ano com pouco mais de 80. Poderíamos colocar 250 lojas Jorge Bischoff sem que o mercado volte a aquecer. Falando de Loucos e Santos, poderíamos facilmente ter 500 lojas - com mais operações do que a Jorge, por ela se propor a estar onde a principal marca não estaria, por questões de público.
Empresas & Negócios - E as exportações, qual a fatia hoje?
Bischoff - Em torno de 20% do faturamento do grupo. Uma vantagem interessante é que o pico se dá nos períodos de queda da produção no Brasil. Sempre em dezembro e janeiro, quando a produção interna cai, temos muita exportação. Maio e junho acontece o mesmo. A exportação cria vantagens para operarmos na indústria, até mesmo com operação financeiras mais em conta. Também tem espaço para crescimento nesse aspecto.
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