O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, neste mês, a abertura de mais um inquérito sobre o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), desta vez por suspeitas de irregularidades no Postalis, o fundo de pensão dos servidores dos Correios.
Com esse, Renan é alvo de 17 inquéritos no Supremo - 13 deles no âmbito da Operação Lava Jato -, além de ser réu em uma ação penal após a corte receber denúncia sob acusação de peculato em dezembro do ano passado.
Os indícios de irregularidades no Postalis surgiram durante as investigações da Lava Jato e foram enviados em maio ao ministro Edson Fachin, relator dos casos relacionados à operação no STF. Fachin entendeu que as suspeitas não tinham conexão com os esquemas apurados na Lava Jato e determinou sua redistribuição. No início deste mês, o caso foi sorteado para Barroso, que autorizou a instauração do inquérito no último dia 9. Na quarta-feira passada, Barroso retirou o sigilo e determinou que a Polícia Federal (PF) faça diligências.
Conforme o pedido de abertura do inquérito feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o foco da investigação são operações milionárias realizadas pelo Postalis com a compra de papéis de empresas de fachada que seriam geridas por Milton Lyra e Arthur Machado - o primeiro, um lobista ligado ao PMDB e a Renan, segundo as apurações.
Algumas operações consistiam na criação de empresas para emitir debêntures que seriam integralmente adquiridas pelo Postalis.