Servidores abraçam prédios públicos em ato de protesto

Para marcar o Dia Nacional do Patrimônio Histórico, servidores públicos da Capital realizam, ao meio-dia de hoje, um abraço simbólico à sede do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). Às 18h, o ponto de encontro para o ato será o Mercado Público de Porto Alegre.

Os protestos são uma resposta às propostas do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) de concessão do serviço de saneamento e da proposta de entrega da administração do Mercado Público à iniciativa privada e fazem parte do calendário de atos do Sindicato do Servidores Municipais de Porto Alegre (Simpa).

No início da noite de ontem, a mobilização foi em frente à prefeitura, onde caixas de som tocavam a paródia "Marchezito", feita com base na música "Despacito", repertório das visitas que o prefeito faz a diferentes regiões da cidade com o projeto Prefeitura nos Bairros. A letra faz alusão ao parcelamento dos salários e às propostas de entrega de serviços públicos à iniciativa privada.

A principal crítica dos servidores é ao pacote de projetos que atinge o plano de carreira do funcionalismo público e tenta legalizar a prática de parcelamento dos salários. "Esse é o maior ataque sofrido pelos servidores nos últimos 40 anos", critica Alberto Terres, diretor-geral do Simpa. "A retirada de direitos não atinge só os servidores, mas a população que necessita dos serviços públicos", completou Jonas Reis, também diretor da entidade.

Máscaras com o rosto de Marchezan foram distribuídas entre os presentes. Segundo Terres, o "Marquinóquio" - a alusão desta vez é ao personagem infantil Pinóquio, feito de madeira e cujo nariz cresce sempre que mente - foi criado para apresentar as contradições do prefeito em suas falas, como, por exemplo, quando disse não ter viso um número expressivo de pessoas na manifestação anterior realizada no mesmo lugar. "Esse ato é um exemplo da disposição da categoria", avaliou Reis.

De acordo com definição da última assembleia geral da categoria, os servidores ameaçam entrar em greve caso os projetos não sejam retirados de pauta pelo governo. Eles, agora, tramitam pelas comissões da Casa, pelo prazo de 90 dias.