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Crise no Planalto

- Publicada em 07 de Agosto de 2017 às 17:15

Temer quer unidade após vitória na Câmara

Ao participar, nesta segunda-feira, na prefeitura de São Paulo, do ato de cessão de uma área da União para o município, o presidente Michel temer (PMDB) disse que "é inadmissível que brasileiros se joguem contra brasileiros". Ao lado do prefeito João Doria (PSDB), elogiado por Temer como "parceiro e companheiro", o evento foi classificado pelo presidente como um "fenômeno de conciliação", após o racha dos tucanos na votação da semana passada.
Ao participar, nesta segunda-feira, na prefeitura de São Paulo, do ato de cessão de uma área da União para o município, o presidente Michel temer (PMDB) disse que "é inadmissível que brasileiros se joguem contra brasileiros". Ao lado do prefeito João Doria (PSDB), elogiado por Temer como "parceiro e companheiro", o evento foi classificado pelo presidente como um "fenômeno de conciliação", após o racha dos tucanos na votação da semana passada.
Temer tentou adotar este tom conciliador em sua primeira viagem depois de a Câmara barrar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele pelos crimes de corrupção passiva.
"É inadmissível que brasileiros se joguem contra brasileiros. A história do nós contra eles não pode prevalecer. Nós temos que unir o Brasil. É claro que há dificuldade para isso. Há um emocionalismo."
Temer acrescentou ainda que, se ele e o anfitrião Doria se pautassem por "emocionalismo", a cessão de uma área de 400 mil metros quadrados do terreno onde fica o Aeroporto Campo de Marte para o município não teria acontecido. "Esse ato representa um fenômeno de conciliação."
Os partidos do presidente e do prefeito, PMDB e PSDB, vivem um momento tenso da relação depois que quase metade da bancada tucana na Câmara votou a favor da denúncia da PGR contra Temer, na semana passada.
Temer disse ainda que sempre foi pautado pelo "princípio federativo". "Desde o primeiro momento, temos nos pautado pela ideia de que é preciso prestigiar estados e municípios. Se forem fortes, forte será a União."
O presidente Michel Temer falou também sobre a importância de "proteger as reformas, que elas sigam em progresso no Congresso".
Doria foi elogiado pelo presidente, a quem chamou de "parceiro e companheiro". "Tenho orgulho de me equiparar às atitudes de João Doria para que nós tomássemos atitudes que estavam paralisadas há muitíssimos anos (...). Isso é fruto da ideia porque tenho um parceiro e um companheiro. João não tem uma visão só municipalista, mas nacional", disse o presidente.
Em frente à prefeitura, no Viaduto do Chá, Centro, manifestantes fizeram um protesto contra Temer. Eles carregavam faixas com dizeres como "Fora Temer, nenhum direito a menos!".
 

'Me sinto confortável', diz Doria sobre racha no PSDB

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse ontem que se sente confortável em ser um bom brasileiro, que trabalha para o bem do Brasil. A evasiva foi em resposta ao ser perguntado se não teria se sentido desconfortável por ter sido tratado como amigo e companheiro pelo presidente Michel Temer no exato momento em que há uma divisão dentro do PSDB sobre permanecer ou apear da base de sustentação do governo federal.
"Me sinto confortável em ser um bom brasileiro, e é o que tenho procurado ser. Ser um bom gestor, bom administrador e, portanto, um bom brasileiro", disse Doria. Ele disse esperar que o Brasil possa ter serenidade e equilíbrio. "O confronto e situações extremadas não contribuem para o Brasil e para a economia brasileira, nem para a confiança dos mercados", disse o prefeito.
Ainda de acordo com Doria, o Brasil precisa estar conciliado para votar as reformas no Congresso, finalizar a reforma trabalhista, iniciar um debate mais intenso sobre a reforma da Previdência e concluir a reforma política tendo em vista as eleições de 2018.
Sobre o entendimento dos jornalistas de que, no discurso que fez na prefeitura, o presidente Michel Temer preparou o prefeito como seu sucessor, Doria disse que não se incorporou dentro do perfil. "Não sou candidato à presidência da República. Sou candidato a ser um bom prefeito da cidade de São Paulo", disse. O prefeito avaliou, a despeito de existir um racha no PSDB quanto à permanência ou não do partido na base aliada de Michel Temer, que os quatro ministros tucanos são muito bons e que atuam no governo com muita eficiência. "Atuam com destreza e, a meu ver, podem continuar o seu trabalho onde estão", opinou.

Fachin recebe de volta denúncia de Temer

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, enviou ontem para o gabinete do ministro Edson Fachin o comunicado oficial da Câmara dos Deputados da decisão tomada na semana passada, que enterrou a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção. Fachin poderá tomar novas providências a qualquer momento. O esperado é que ele determine sobrestamento do inquérito, que ficará temporariamente paralisado, com prazos prescricionais também suspensos, até terminar o mandato de Temer no Palácio do Planalto.
No mesmo inquérito, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, que já foi assessor de Temer, também foi denunciado. Antes de sobrestar o caso, Fachin poderá desmembrar as investigações. Nesse caso, apenas a parte referente a Temer ficaria paralisada, abrindo caminho para que Rocha Loures continue sendo investigado na primeira instância, já que ele não tem direito ao foro especial.
Ao fim do mandato de Temer, o relator deverá enviar o caso para o Judiciário, se ele não estiver ocupando nenhum outro cargo que lhe dê o direito ao foro especial.