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Política

- Publicada em 03 de Agosto de 2017 às 21:17

Justiça arquiva inquérito de queda do helicóptero que matou filho de Alckmin

Agência Estado
A Justiça decidiu arquivar, a pedido do Ministério Público Estadual, o inquérito criminal que investigava as causas e os responsáveis pelo acidente de helicóptero que caiu em 2 de abril de 2015, matando cinco pessoas, entre elas o filho do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Thomaz Alckmin, de 31 anos
A Justiça decidiu arquivar, a pedido do Ministério Público Estadual, o inquérito criminal que investigava as causas e os responsáveis pelo acidente de helicóptero que caiu em 2 de abril de 2015, matando cinco pessoas, entre elas o filho do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Thomaz Alckmin, de 31 anos
O pedido do MPE vai de encontro à conclusão a que havia chegado a Polícia Civil; em dezembro, a delegacia de Carapicuíba, onde aconteceu o acidente, havia decidido pelo indiciamento de cinco pessoas da empresa Helipark, que havia realizado manutenção recente na aeronave que caiu.
O acidente ocorreu em Carapicuíba com helicóptero da empresa Seripatri. Além de Thomaz Alckmin, morreram o piloto Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, Erick Martinho e Leandro Souza.
A polícia acreditava que a queda havia acontecido em razão da desconexão de uma alavanca e um cabo da cadeia de comandos do lado direito do helicóptero, que tinha passado por reparos na empresa Helipark. Relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), corroborava o entendimento da delegacia.
Em dezembro, três funcionários da Helipark tinham sido indiciados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), por supostamente não checar o helicóptero antes da decolagem; um outro foi indiciado por falso testemunho, por ter dado informações erradas sobre o tempo de voo; e o último funcionário foi indiciado por fraude processual, por supostamente apagar imagens das câmeras de segurança. Os indiciamentos foram cancelados.
Desde então, o MP conduz diligências complementares. O órgão disse que o Instituto de Criminalística apontou que era "muito improvável" e "instável do ponto de vista físico" a situação apontada pelo Cenipa como causadora do acidente. "O laudo ainda afirma que se o flexível estivesse completamente desconectado, a cadeia de comando fica interrompida do lado direito, sendo impossível o voo, já que a aeronave tombaria de lado, ainda no spot."
O Ministério Público ressaltou que o Cenipa é um órgão cuja atribuição é a investigação de acidentes e incidentes aeronáuticos e tem por objetivo único a prevenção de outros acidentes e incidentes. "Não há relação de hierarquia ou dependência entre a investigação do Cenipa e a investigação criminal, feita pelo Delegado de Polícia ou Ministério Público", informou em nota.
"Ao contrário da investigação criminal, o Cenipa aponta meras hipóteses, não havendo compromisso com a descoberta da verdade real. Isto porque sua função é prevenir que outros acidentes ocorram, bastando, portanto, que sejam aventadas hipóteses para que sejam expedidas recomendações de segurança, ainda que não haja prova segura da ocorrência", completou.
Apesar do arquivamento, o MP disse ter apurado não conformidades de serviços prestados pela Helibrás, quanto à pintura, balanceamento estático das pás e pesagem do tip, "apontando que não são seguidas todas as normas mandatórias do fabricante na execução". "No entanto, não foi possível apurar a ocorrência de danos em decorrência destas inadequações."
Isso não representará consequências na esfera criminal para a empresa. "Os fatos serão levados ao conhecimento do Ministério Público do Consumidor de Itajubá, ANAC e CENIPA para conhecimento e adoção das medidas cabíveis."
De acordo com o MP, o Instituto de Criminalística indicou ainda que três das cinco pás do rotor principal apresentavam indicativos de falha de fabricação. Apesar disso, os peritos não puderam estabelecer com segurança relação entre a falha de material encontrada e erro no procedimento de teste de qualidade do fabricante, excluindo assim responsabilidade criminal de qualquer funcionário.
À reportagem, o advogado da Helipark, Laerte Farina, disse ter recebido com "tranquilidade" a informação do arquivamento. "Desde o início, dizíamos que a hipótese apresentada pelo fabricante e encampada pelas autoridades brasileiras era tecnicamente impossível. As informações divulgadas nesta quinta-feira (3), fazem parte de um dossiê produzido por nós há dois anos", disse. Para ele, o arquivamento representa a "constatação cabal de que nenhum problema técnico de manutenção foi o responsável pelo acidente".
A reportagem não conseguiu contato com representantes da Helibrás e da Airbus Helicopter para comentários. O Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, disse que o governador não comentaria a decisão. Em dezembro, Alckmin havia dito que a conclusão do inquérito era importante para evitar acidentes similares. "Não vai trazer de volta o Thomaz, nosso filho. É importante para você evitar que os fatos se repitam. A lógica de uma investigação de acidente, seja aéreo, seja terrestre tem esse sentido, de você ter a investigação para verificar qual foi a causa e evitar que se repita", afirmou na oportunidade.

 

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