Manifestantes se reuniram em frente ao Paço Municipal, ontem à tarde, para protestar contra o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB). Os projetos de lei enviados pelo Executivo, outro capítulo da relação cada vez mais conflituosa com os servidores públicos, levaram aproximadamente 5 mil pessoas, de acordo com o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), para protestar contra a extinção da licença-prêmio, alteração da incorporação das parcelas que compõem a remuneração, e o mais controverso, que, entre outros pontos, abre precedente para o parcelamento dos salários dos servidores municipais.
A oposição, formada pelos vereadores do PT e PSOL, vem manifestando rechaço às propostas da prefeitura desde o começo do recesso parlamentar, período no qual se encaminharam os projetos a respeito da política salarial, além do encerramento de programas educacionais e o fim da segunda passagem gratuita nos ônibus da Capital. A líder da oposição, vereadora Fernanda Melchionna (PSOL), discursou no ato contra o que chama de "pacote de maldades". Já o vereador André Carús (PMDB) ressalta que vai definir com seus colegas se haverá uma posição conjunta, mas que, pessoalmente, acredita que "temos que preservar o servidor nos direitos que não são privilégios, direitos que garantem que o servidor contribua à qualidade do serviço público". Segundo Nario Fagundes da Silva, conselheiro da Associação dos Auditores e Técnicos de Controle Interno da Prefeitura de Porto Alegre (Ascontec), um dos pontos que também vêm gerando polêmica entre os servidores é a modificação do Regime de Dedicação Exclusiva, uma opção para que os servidores trabalhem 40h semanais com adicional salarial.