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Opinião

- Publicada em 28 de Agosto de 2017 às 17:31

Transporte coletivo está em crise em todo o Brasil

Porto Alegre, como muitas cidades de todo o Brasil, viu seu sistema de transporte coletivo entrar em crise. Depois que o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) apontou um déficit de R$ 51 milhões anuais na Companhia Carris Porto Alegrense, o assunto ganhou mais destaque. Agora, com o fim da gratuidade da segunda passagem, o debate continua com mas mais fôlego. Mas sem que alguém aponte soluções viáveis.
Porto Alegre, como muitas cidades de todo o Brasil, viu seu sistema de transporte coletivo entrar em crise. Depois que o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) apontou um déficit de R$ 51 milhões anuais na Companhia Carris Porto Alegrense, o assunto ganhou mais destaque. Agora, com o fim da gratuidade da segunda passagem, o debate continua com mas mais fôlego. Mas sem que alguém aponte soluções viáveis.
O fato é que cerca de 3 milhões de passageiros deixam de usar o ônibus como transporte público no País anualmente, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (Anetu), dados referentes a 2016/2017, pesquisa realizada em nove capitais. Nos últimos três anos, o nível da queda de passageiros atingiu 18,1%. Só no ano passado, o número de passageiros transportado diariamente por ônibus caiu 4,6% em relação a 2015. A associação faz o monitoramento dos dados de transportes públicos urbanos desde 1994, totalizando 24 anos de acompanhamento. Para o mês de outubro, a previsão é de queda de 46,3% no número de passageiros transportados. Para a associação, fatores como a tarifa, o tempo de viagem, o estado de cada veículo e o trânsito cooperam para a queda do transporte nos ônibus.
Pesquisas apontam que a redução da tarifa e a volta dos investimentos em infraestrutura podem atrair o usuário do ônibus como transporte público. A melhoria da qualidade do transporte atrairá demanda, uma obviedade que alguns não entendem.
Sabemos que, salvo onde há os corredores de ônibus em Porto Alegre, os coletivos disputam espaço nas vias com os carros e mais investimentos precisam ser feitos.
Então, enquanto colocamos o transporte coletivo no acostamento, liberamos as vias para os automóveis, em uma inversão de prioridades, embora, claro, todos queiram, mereçam e não abram mão de ter o seu automóvel.
Claro, também temos o desemprego e a crise econômica como grandes responsáveis pela baixa nos números dos usuários do transporte público. Contudo, Otávio Cunha, presidente da Anetu, avalia que outros fatores contribuem para o cenário atual. Faltam fontes de financiamento para a tarifa.
Desde a Constituição de 1988, a atribuição do financiamento do serviço passou a ser dos municípios. Porém, pelo menos 17% dos custos do transporte público estão ligados às gratuidades para idosos, pessoas com deficiência, estudantes e outras categorias, que são financiadas pelos usuários que pagam as passagens de ônibus.
Em Porto Alegre, a prefeitura indica que, de cada 100 passageiros, 34 não pagam a tarifa, que é desembolsada pelos demais usuários. Também espanta tomar conhecimento que andar de ônibus jamais esteve tão caro no País.
O fato é que a inflação do transporte público nacional foi quatro vezes maior do que a inflação do transporte particular nos últimos 10 anos. É importante, pois, dar prioridade ao transporte por ônibus, pois ele é fundamental para boa parte da população brasileira. Porto Alegre tem que encontrar uma solução para o setor e não ficar só no debate.
Temos uma crise no setor dos transportes urbanos e precisamos solucioná-la. Surgem, então, os rodoviários urbanos reclamando melhores salários, os empresários pedindo tarifas que cubram os seus custos e os usuários bradando contra os serviços, que julgam, no mínimo, sofríveis ou mesmo ruins. Então, buscar um equilíbrio entre as demandas é fundamental. Sem demora, pois transporte coletivo é essencial.
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