No debate sobre drogas vendidas em escolas, ou perto delas, existe um detalhe que precisa ser lembrado: o primeiro degrau na escada da drogadição é o abuso do álcool, que é a droga lícita de menor valor e de mais fácil acesso no Brasil, onde 9% da população é apontada como dependente de bebidas alcoólicas segundo o mais recente levantamento.
Um a cada cinco jovens no Brasil relata já ter tido pelo menos um episódio de embriaguez. Reduzir as chances de acesso e a proximidade dos estudantes de Ensino Fundamental e Médio ao comércio e promoção comercial das bebidas alcoólicas e produtos fumageiros se constitui em uma ferramenta importante no combate a própria drogadição. Devemos nos valer de todas as armas à disposição do poder público para neste momento de escalada do tráfico de drogas protegermos nossas crianças e adolescentes.
Em vários países, a promoção, a publicidade, a exposição e a comercialização de bebidas alcoólicas nos arredores de escolas são restritas ou completamente proibidas, é evidente que nestas áreas encontramos grande concentração e circulação de menores de idade.
O debate sobre a restrição à comercialização de bebidas alcoólicas pode ainda levar em consideração a comercialização de bebidas alcoólicas em eventos promovidos por entidades educacionais, eventos esportivos com a participação de estudantes, eventos culturais onde os estudantes participam e frequentam e até mesmo a total proibição de consumo de bebidas alcoólicas nas vias públicas, praças e parques. O fato evidente é que a indústria da bebida foca o público jovem em suas ações promocionais, os gestores destas marcas sabem que esta faixa do público está formando seus valores e serão os consumidores do futuro.
Vereador de Porto Alegre (DEM)