Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Espanha

- Publicada em 20 de Agosto de 2017 às 17:46

Suspeitos podem ter cruzado fronteira

Ontem, três dias depois dos atentados que deixaram 14 mortos na Espanha, a polícia ainda buscava três suspeitos da ação, incluindo o motorista que atropelou dezenas de pessoas com uma van em Las Ramblas, zona turística de Barcelona. A facção Estado Islâmico (EI) reivindicou os ataques, justificados como atentados contra "cruzados e judeus".
Ontem, três dias depois dos atentados que deixaram 14 mortos na Espanha, a polícia ainda buscava três suspeitos da ação, incluindo o motorista que atropelou dezenas de pessoas com uma van em Las Ramblas, zona turística de Barcelona. A facção Estado Islâmico (EI) reivindicou os ataques, justificados como atentados contra "cruzados e judeus".
Autoridades catalãs - responsáveis pela região Nordeste do país - disseram a jornalistas ser possível que os três terroristas tenham cruzado a fronteira, apesar dos reforços em estradas e aeroportos. A essa informação se soma a revelação, feita também ontem, de que ao menos um dos suspeitos esteve recentemente na Suíça, um país próximo que não faz parte da União Europeia (UE).
O jornal El País diz que tanto Yousseff Aallaa, de 19 anos, quanto Mohamed Hicham, de 24, viajaram a Zurich no ano passado. A polícia suíça está a par e conclui suas próprias investigações, em coordenação com Madri e Barcelona. Segundo as autoridades espanholas, Aallaa e Hicham faziam parte de uma célula terrorista de 12 membros que planejou, durante meses, ataques de grande magnitude.
Eles foram radicalizados pelo imã Abdelbaki Es Satty, líder religioso de 45 anos, na cidade de Ripoll. Guiados por ele, ao que apontam as investigações, os 12 invadiram uma casa abandonada em Alcanar - a poucos minutos da praia - e montaram um arsenal de bombas, com dezenas de cilindros de gás butano e TATP, material volátil conhecido como "mãe de satã". O plano foi frustrado por uma explosão acidental, em que possivelmente três deles morreram. Assustado, o grupo antecipou seu ataque.
Eles atropelaram pedestres em Barcelona e Cambrils, onde planejavam também um massacre a facadas. Além dos 14 mortos, 132 pessoas ficaram feridas, das quais 53 seguem hospitalizadas. Cinco dos militantes foram mortos pela polícia em Cambrils, e quatro já estão detidos. Não se sabe a identidade exata dos três suspeitos em fuga, mas pode se tratar do imã Satty e de Younes Aboyaaqoub, de 22 anos, o possível motorista de Barcelona.
Mais três vítimas do ataque com a van foram identificadas ontem. Julian Cadman, um garoto de 7 anos com nacionalidade britânica e australiana, que era tido como desaparecido, é um dos identificados. A mãe do menino está gravemente ferida. Os outros dois eram um belga e um italiano, mas não tiveram os nomes divulgados.

Retorno de terroristas após lutas pelo Estado Islâmico preocupa autoridades

O fato de que a célula que promoveu as ações era composta por imigrantes marroquinos redirecionou o foco das autoridades às fronteiras. Segundo o jornal britânico The Guardian, até mil terroristas voltaram ao Marrocos e à Tunísia depois de lutar no território do EI na Síria e no Iraque.
O temor - presente há anos, mas agora intensificado - é de que esses regressos planejem e executem atentados contra seus países de origem ou tentem cruzar à Espanha, de onde podem ir ao restante do continente.
A Espanha em si não é um dos alvos preferenciais, o que ajuda a explicar os 13 anos a salvo desses ataques. O último atentado do tipo ocorreu em 2004 e deixou 192 mortos e centenas de feridos. Embora não se tenha estabelecido diretamente culpados, as evidências apontaram para uma célula terrorista inspirada na Al-Qaeda.

Missa na basílica Sagrada Família reúne milhares de pessoas

Em uma demonstração de solidariedade, centenas de pessoas participaram, neste domingo, de uma missa na basílica Sagrada Família, em Barcelona, em homenagem às vítimas dos atentados, sob reforço na segurança.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, participou ao lado do rei Felipe. A missa foi celebrada pelo arcebispo de Barcelona, Joan Josep Omella. "Nossa presença neste lugar sagrado é sinal de repulsa ao ataque", disse Omella.
Dezenas de pessoas se manifestaram também em Madri em solidariedade. O evento havia sido convocado por comunidades muçulmanas, em uma forte mensagem: não há relação direta entre a religião e o atentado. Cartazes incluíam recados como "Não no meu nome" e "O islã não tem culpa".